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IGCP: “Portugal entrou no terceiro maior mercado de obrigações no mundo”

A agência liderada por Cristina Casalinho emitiu dívida a três anos no valor de 2.000 milhões de renminbi (cerca de 260 milhões de euros), tendo pago um cupão 4,09%. Portugal torna-se assim no primeiro país da zona euro a emitir ‘panda bonds’.
30 Maio 2019, 12h23

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública completou esta quinta-feira uma emissão de dívida em moeda chinesa, salientando que a operação abriu a porta ao terceiro maior mercados de obrigações no mundo e permitiu alargar o base de investidores.

A agência liderada por Cristina Casalinho emitiu dívida a três anos no valor de 2.000 milhões de renminbi (cerca de 260 milhões de euros), tendo pago um cupão 4,09%. Portugal torna-se assim no primeiro país da zona euro a emitir ‘panda bonds’.

“Isto marca a primeira emissão ‘panda’ de sempre por um soberano da zona euro e apenas a terceira na Europa para ter acesso ao mercado ‘onshore’ na China”, referiu o IGCP, em comunicado.

“Com esta transação bem sucedida, Portugal entrou no terceiro maior mercado de obrigações no mundo para diversificar a base de investidores”, salientou.

O IGCP sublinhou ainda que a “procura forte por parte dos investidores foi refletida nas ordens substanciais submetida no leilão pelo grupo vendedor”.

Os joint lead underwriters na transação foram o Bank of China e o HSBC, enquanto o Caixa Banco de Investimento foi o financial adviser.

“A procura superou a oferta em 3,165 vezes, permitindo reduzir a taxa marginal três vezes, de 4,35% para 4,09% e permitiu ao emitente fixar um preço perto do patamar mais baixo do preço inicial indicativo e 74 pontos base acima do equivalente na curva do China Development Bank”, concluiu o IGCP.

Na conversão para euros, o cupão terá fica abaixo dos 0,65%, apurou o Jornal Económico.

Aproximação política

“Portugal, se olharmos para o que é o ponto de vista estratégico do país, tem uma relação política muito boa ou muito favorável com o governo chinês e que se materializou nos últimos anos com a captação do investimento direto e com algumas das operações que foram feitas ainda no tempo da ‘troika”, referiu o economista Luís Tavares Bravo ao Jornal Económico. “E isto acaba por ser um passo no sentido de aproximação política. Em termos mais globais, faz sentido porque estamos a falar de diversificar um pouco as nossas fontes de investidores, o que é importante”.

O economista adiantou que a escolha do momento pode ser discutido. “Se calhar nesta altura não precisávamos de o fazer”.

“Há as questões relacionadas com a questão cambial que se levantam e que não são de descurar.  Mas obviamente há duas faces para olhar para esta moeda: a maneira que tivemos de conseguir ter uma porta aberta para economias com capacidade de investimento e acreditando que não há boa moeda e má moeda. Acaba por ser uma medida positiva para Portugal que já tem muitos investidores institucionais deste país”, concluiu.

[Atualizada às 12h32]

 

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