Exercer a liberdade de expressão nem sempre significa ser livre. Pela terceira vez em menos de cinco anos, o Prémio Sakharov 2019 não foi entregue em mãos ao contemplado pelo Parlamento Europeu. O economista e ativista dos direitos humanos Ilham Tohti foi condenado a prisão perpétua na China pela sua luta incansável em defesa dos direitos da minoria uigure. Reconhecido no Ocidente como uma “voz de moderação e de reconciliação”, Tohti é visto na China como “um extremista violento” com “uma doença que precisa ser tratada”.
Os atropelos constantes aos direitos da minoria uigure mobilizaram Ilham Tohti a promover o diálogo e a compreensão entre uigures e chineses ao longo de mais de duas décadas. Através da plataforma online Uyghur Online, que lançou em 2006, criticou abertamente e sem medos o regime chinês por excluir do desenvolvimento a população uigure chinesa, que vive sobretudo na província de Xinjiang, no nordeste do país. Ao mesmo tempo, Ilham Tohti procurou sensibilizar o governo de Xi Jinping para os direitos da comunidade uigure na China, sobretudo nas condições de trabalho e na educação.
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