[weglot_switcher]

Imobiliário: Quinta Marques Gomes escapa à especulação

Um complexo de luxo, com vista privilegiada, mas onde a especulação ficou à porta. Segundo os últimos dados, a esmagadora maioria dos proprietários é portuguesa.
Porto, Portugal – 59 euros
8 Outubro 2023, 22h34

Está concluída uma nova fase de construção na Quinta Marques Gomes, em Gaia: a construção da primeira fase dos apartamentos está finalizada “e cerca de 80% dos imóveis já estão comercializados”, referiu em entrevista ao JE o diretor de Real Estate do grupo UIP, Daniel Correia.

Com mais de três décadas de experiência, a United Investments Portugal (UIP) e membro do Al-Bahar Investment Group e nome de suporte ao Pine Cliffs Resort, Sheraton Cascais Resort, Wellness e SPA Serenity, Hyatt Regency Lisboa e acionista do Yotel Hotel Group. O investimento total na Quinta Marques Gomes – a poucas centenas de metros da foz do rio Douto compreende uma verba da ordem dos 200 milhões de euros.

A fase agora concluída é composta por 46 apartamentos com tipologias de T2 a T4 com preço entre os 590 mil e os 2,5 milhões de euros. Ao contrário que poderia pensar-se – nomeadamente dados os preços praticados, “a maioria dos apartamentos comprados destina-se a primeira habitação”. Aliás, segundo adiantou Daniel Correia, “cerca de 80% dos compradores do complexo são portugueses e embora haja alguma compras típicas de investimento”, o grosso não tem esse destino.

Os edifícios de cinco pisos foram projetados para serem perfeitamente enquadrados no meio envolvente. Cada lote é constituído por 16 apartamentos que se subdividem nas várias tipologias e todas as unidades contam com terraços ou varandas nas salas e nos quartos, “de forma a tirar o maior proveito da localização e da paisagem”. Cada lote conta ainda com dois pisos em cave, com cerca de 40 lugares de estacionamento.

Perde-se oportunidade de investimento, ganham os moradores em termos de segurança, tanto na aquisição como na própria permanência no complexo de cerca de 26 hectares no total. Os apartamentos prestes a estar concluídos “são apartamentos de qualidade superior com uma forte vertente de sustentabilidade ambiental” e paisagística – não só em termos dos horizontes (responsabilidade da natureza), como dos espaços comuns, abundantemente ajardinados e onde os índices de ocupação do solo são extremamente ‘pobres’ quando comparados com o que é normal encontrar junto das grandes cidades.

Para além dos apartamentos, o complexo é constituído por 108 lotes individuais para a construção de habitação unifamiliar – onde os proprietários têm liberdade para fazer as suas opções – mas não toda a liberdade: a ideia do grupo detentor do complexo é promover a harmonia paisagística também por esta via. Os preços dos lotes individuais podem chegar, na (pouca) revenda aos 1,25 milhões de euros ou a valores próximos dos cinco milhões se já tiverem as casas unifamiliares (as maiores) implantadas.

Com portugueses a liderarem a lista dos novos donos, o comportamento do segmento de luxo neste contexto de crise tem sido um caso de sucesso no que diz respeito à Quinta Marques Gomes. Com a pandemia a chegar pouco depois do lançamento do projeto, “verificámos desde logo que um segmento do mercado procurava casas num ambiente mais controlado, na medida do possível”, disse Daniel Correia. Esse foi o primeiro impulso para o projeto – e de alguma forma ‘defendeu-o’ da especulação que, noutras circunstâncias, poderia ter afetado o investimento. Esta espécie de ‘contenção’ dá indicadores seguros, disse o diretor de Real Estate do grupo, de que as restantes fases do projeto seguirão o mesmo tipo de consumidores.

Em fase de análise de propostas está também o hotel que desde sempre foi pensado para o local. “num investimento que deverá situar-se entre os 70 e os 100 milhões de euros”, o futuro hotel será instalado no velho palacete da quinta, situado no seu ponto mais alto e contando por isso com vistas privilegiadas. A intenção do grupo é optar por uma construção em socalco, que permite a edificação de uma série de ‘rés-do-chão’ que não tapam as vistas entre si.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.