Esta semana as estações de televisão nos EUA preparam-se para ver as suas audiências a disparar com a transmissão ao vivo do processo de impeachment contra Donald Trump.
Este quarta-feira, três testemunhas vão detalhar publicamente as suas preocupações, expressas anteriormente à porta fechada, sobre como o governo de Trump procurou pedir ajuda militar à Ucrânia para que investigassem o rival democrata do presidente republicano, Joe Biden e o seu filho, Hunter Biden.
O depoimento será transmitido pelos grandes canais de televisão e deverá ser visto por milhões de teleespetadores, estima a Reuters.
As audiências vão poder assistir as autoridades atuais e ex-funcionários do próprio governo de Trump a testemunharem contra o presidente norte-americano e possivelmente aumentar as probabilidades da sua destituição.
Até agora, apenas três presidentes dos EUA enfrentaram uma séria ameaça de destituição pelo Congresso – Andrew Johnson, Richard Nixon e Bill Clinton – e, em cada caso, o partido que iniciou a inquérito acabou por beneficiar nas eleições seguintes. O processo de Clinton foi o último a ser transmitido ao público, há 20 anos atrás.
É sabido que polémicas relacionadas com a presidência e funcionários da Casa Branca impulsionem as audiências. Desde da sua candidatura à Casa Branca até ao momento da sua eleição, Donald Trump tem sido um isco para atrais mais espectadores para a televisão. Em 2015, ano do arranque da sua campanha, a Fox News, MSNBC e CNN tiveram fortes níveis de audiências que foram impulsionadas por Trump e pelo os escândalos que foram denunciados desde o inicio do seu mandato.
Segundo a Forbes, a junho de 2017, o testemunho do ex-diretor do FBI James Comey teve uma média de 19,5 milhões de telespectadores. As audiências do candidato ao Supremo Tribunal Brett Kavanaugh, em setembro de 2018, tiveram uma média de 20,4 milhões de telespectadores. A audiência do ex-advogado pessoal de Trump Michael Cohen, em fevereiro deste ano, teve uma média de 15,8 milhões de telespectadores. Mais recentemente, o testemunho ao vivo do advogado especial Robert Mueller, em julho passado, teve uma média de mais de 12,9 milhões de telespectadores. Como esses depoimentos ocorreram durante a semana, contabiliaram-se as visualizações adicionais no local de trabalho, restaurantes e aeroportos que não estão incluídos nas classificações da Nielsen.
Os democratas na Câmara argumentam que Trump abusou da sua autoridade ao pressionar o governo ucraniano a investigar Biden e seu filho, que presidia o conselho administrativo de uma empresa energética ucraniana, Burisma.
Uma das três testemunhas, que irá depor esta quarta e sexta-feira, é o representante Eric Swalwell, democrata no Comité de Inteligência da Câmara acusou este domingo Trump de “extorsão”.
“Temos provas suficientes dos depoimentos que demos para justificá-lo, provas de um esquema de extorsão, usando o dinheiro dos contribuintes para solicitar a um governo estrangeiro que investigue o oponente da presidência”, disse Swalwell no programa “Face the Nation” da CBS. Em resposta, Donald Trump, argumentou que “nada de mal foi feito” e apelou aos republicanos que não se deixassem ser enganados.
The call to the Ukrainian President was PERFECT. Read the Transcript! There was NOTHING said that was in any way wrong. Republicans, don’t be led into the fools trap of saying it was not perfect, but is not impeachable. No, it is much stronger than that. NOTHING WAS DONE WRONG!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 10, 2019
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