Importação de automóveis ligeiros diminui no primeiro semestre

A importação de ligeiros de passageiros, que tinha vindo a aumentar de ano para ano desde 2020, mostrou, no primeiro semestre de 2024, um decréscimo de 10% em relação ao mesmo período do ano passado – mesmo que, numa série mais longa, se verifique um aumento de 35% face ao período homólogo de 2019. Os dados são do estudo semestral do Standvirtual, portal líder do mercado automóvel, que divulga agora a análise dos primeiros seis meses do ano.

Todos os meses do primeiro semestre de 2024 superam o volume de importação de ligeiros de passageiros comparativamente ao período homólogo de 2019. “O mês de abril foi o único período de tempo que superou o número de automóveis ligeiros de passageiros importados no primeiro semestre de 2023, alcançando cerca de 900 veículos importados. De realçar, que este foi ainda o pico de importações registado ao longo dos primeiros seis meses do ano. Já em 2023, o mês de março registou um pico de importações de mais de 11 mil carros importados”.

No geral, o primeiro semestre de 2024 foi um ano com valores mais baixos no que diz respeito às importações, especialmente no mês de junho, quando fixou-se nos 800 ligeiros de passageiros importados. Um abrandamento natural depois da reposição total dos stocks, uma vez que nos anos anteriores a oferta de novos no mercado automóvel foi altamente condicionada.

Apesar de 2020 e 2021, anos de pandemia, terem registado um volume de importação inferior a 2019 no primeiro semestre, a partir de 2022 é possível verificar a tendência do aumento da importação, algo que perdura até ao primeiro semestre de 2023. Nos primeiros seis meses de 2024, foram importados cerca de 53 mil ligeiros de passageiros, o segundo maior volume dos últimos cinco anos, sendo que no ano anterior foram importados aproximadamente 57.400 veículos.

“A importação cresceu significativamente nos últimos anos devido à dificuldade de abastecer o mercado nacional de automóveis usados. Como já era de esperar, com a recuperação dos novos e uma maior oferta disponível no mercado foi possível observar uma diminuição na importação relativamente ao primeiro semestre de 2023. No entanto, estes valores estão muito acima de 2019, ano em que a importação ainda não tinha explodido da forma como assistimos durante e após a pandemia. No fundo, vai ser interessante perceber o que irá acontecer no decorrer do resto do ano”, refere Nuno Castel-Branco, diretor-geral do Standvirtual, citado em comunicado.