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Incêndios: Assembleia quer consagrar 17 de junho como Dia Nacional em Memória das Vítimas

O presidente da Assembleia da República indica que a iniciativa visa “evocar os homens, as mulheres e as crianças que perderam a vida em 2017, mas, igualmente, todos quantos, ao longo da nossa história, sucumbiram ao flagelo dos incêndios florestais em Portugal.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
5 Junho 2019, 14h42

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, enviou esta quarta-feira aos líderes parlamentares um projeto de resolução para consagrar 17 de junho como Dia Nacional em Memória das Vítimas dos Incêndios Florestais. A iniciativa deverá ser votada nesta sexta-feira e vai ao encontro o apelo da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande para que o dia 17 de junho seja consagrado à memória de quem perdeu a vida em incêndios florestais.

No projeto de resolução, publicado no Parlamento, Ferro Rodrigues recorda que “o dia 17 de junho de 2017 ficará na história como o dia em que deflagrou aquele que foi o incêndio florestal mais mortífero de sempre em Portugal, lavrando por mais de uma semana no território dos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Ansião, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos, Arganil, Góis, Penela, Pampilhosa da Serra, Oleiros e Sertã”.

O diploma destaca que a inciativa tem por objetivo “evocar os homens, as mulheres e as crianças que perderam a vida em 2017, mas, igualmente, todos quantos, ao longo da nossa história, sucumbiram ao flagelo dos incêndios florestais em Portugal”.

Recorde-se que o incêndio, que deflagrou em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a municípios vizinhos, nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, e destruiu cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.

“A Assembleia da República, órgão de soberania representativo de todas e de todos os portugueses, foi sensível à inquietação provocada por uma tragédia com esta dimensão, tão brutal e tão cruel”, lê-se no texto da iniciativa, que recorda também “o elevado número de feridos e expressivos danos patrimoniais”. E destaca  as cerca de cinco centenas de habitações, um terço das quais primeira habitação, e meia centena de unidades industriais de diversos sectores, “além das avultadas perdas em equipamentos e infraestruturas diversas”.

O projeto de resolução lembra que “por esses dias, Portugal e os Portugueses eram confrontados com uma tragédia cuja dimensão não encontra paralelo na nossa história: em poucas horas, em Pedrógão Grande e em Castanheira de Pera, perdiam a vida mais de sessenta pessoas, entre as quais várias crianças”, concluindo que “o impensável acontecia”.

Na iniciativa é ainda referido desde o primeiro momento, o Parlamento criou todas as condições para que os esclarecimentos devidos pudessem ser obtidos de forma “empenhada, isenta e credível” – nomeadamente com o funcionamento de Comissões Técnicas Independentes, que produziram “extenso e apurado” trabalho, técnico e especializado, “merecedor do mais profundo reconhecimento, ponderadas que foram as diversas dimensões da tragédia”.

Segundo o documento, compete agora ao parlamento “criar condições para homenagear as vítimas mortais deste grande incêndio, evocando a sua memória”.

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