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Incertezas sobre novas tarifas nos EUA geram tombos expressivos nas bolsas europeias

Os setores de recursos naturais e automóveis são os que mais caem, penalizados pelo novas tarifas às importações dos EUA que vão entrar em vigor esta semana. Os receios são evidentes e estendem-se à bolsa de Lisboa.
31 Março 2025, 12h42

As bolsas europeias negoceiam com perdas fortes e Lisboa acompanha acompanha o sentimento, castigada por várias quedas superiores a 2%.

O índice PSI está a perder 1,45% e fica-se pelos 6.850 pontos, castigado pelo BCP, que derrapa 2,37%, até aos 0,5514 euros. A Mota-Engil é a cotada que mais cai, na ordem de 3,14%, já que as ações estão nos 3,398 euros. Seguem-se contrações de 2,99% para 7,45 euros nos CTT, ao mesmo tempo que a EDP Renováveis recua 2,82% e fica-se pelos 7,74 euros.

O sentimento é de tal forma pautado pelo pessimismo que a única subida não vai além dos 0,23%, na cotação de mercado da Ibersol, cujos títulos se ficam pelos 8,74 euros.

Entre as mais importantes praças europeias há quedas mais expressivas nos índices de referência, lideradas pela Itália, em 2,06%. Há perdas de 1,97% na Alemanha, 1,91% em França, 1,76% em Espanha e 1,43% no Reino Unido. Simultaneamente, o índice agregado Euro Stoxx 50 recua 1,96%.

Nos futuros, o Brent adianta-se 0,22% e o barril está nos 72,92 dólares, ao passo que o crude sobe 0,14%, até aos 69,46 dólares por barril.

De acordo com a análise do Departamento de Mercados Acionistas do Millenium Investment Banking, “as bolsas europeias seguem em ambiente de guerra tarifária e que está a gerar uma onde de correção nas bolsas”, apontam os analistas.

“A dois dias do início da aplicação de tarifas recíprocas às importações norte-americanas, Donald Trump ameaçou aplicar tarifas secundárias a todos os países que comprem petróleo russo, mostrando que as relações com Vladimir Putin terão azedado”, assinala-se na análise, que salienta que estes fatores apagaram outros que podiam ser tido como mais determinantes.

“Neste clima, a indicação de que na China a atividade na indústria e serviços terá acelerado o ritmo de crescimento em março, e de forma mais expressiva que o previsto, foi deixada para segundo plano, uma vez o setor de recursos naturais até é o que mais recua, seguido pelo automóvel, que é muito impactado por todas estas taxas”, acrescenta-se.

Por outro lado, “nota para um upgrade significativo que anima a Thyssenkruppp, uma das empresas potencialmente mais beneficiadas pelo mega-pacote de investimento alemão nos setores de Defesa e Construção durante os próximos anos. A Fortnox foi alvo de OPA”, pode ler-se.

“Há muitos receios sobre o impacto da guerra de tarifas na economia e que estão patentes na descida das yields de dívida soberana. Os investidores vão-se refugiando no ouro e em setores mais defensivos, nomeadamente em empresas que apresentam distribuição de dividendos atrativa, a exemplo da NOS e da REN em Portugal”, esclarecem ainda, antes de um olhar ao mercado nacional.

“Em solo luso o BCP até recebeu uma revisão em alta, mas é arrastado pela maré negativa”, alertam os mesmos analistas.

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