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Índia ameaçou fechar Twitter, acusa fundador da rede social

Governo liderado por Narendra Modi diz que declarações de Jack Dorsey são “mentira absoluta”.
13 Junho 2023, 11h37

A Índia terá ameaçado fechar o Twitter caso não cumprisse as ordens para restringir o acesso às contas que publicam críticas à forma como o governo lida com os protestos dos agricultores, acusou esta segunda-feira o cofundador da rede social, Jack Dorsey.

Em entrevista ao noticiário do YouTube, Jack Dorsey – que renunciou ao cargo de presidente executivo do Twitter em 2021 – revelou que a Índia também fez ameaças à tecnológica, nomeadamente através da invasão a propriedades privadas dos funcionários, por não acatar os pedidos para remover determinadas publicações.

“Isso manifestou-se de formas como: «Vamos fechar o Twitter na Índia», que é um mercado muito grande para nós; «Vamos invadir as casas dos vossos trabalhadores», algo que eles fizeram. E esta é a Índia, um país democrático”, afirmou o ex-CEO do Twitter e criador da BlueSky.

O vice-ministro de Tecnologias da Informação da Índia, Rajeev Chandrasekhar, disse ao canal indiano “News 18” que as declarações de Jack Dorsey ao programa “Breaking Points”, emitido ontem, são uma “mentira absoluta”. “Ninguém foi preso nem o Twitter foi desligado. O regime de Dorsey no Twitter teve problemas em aceitar a soberania da lei indiana”, retorquiu.

Porém, não é a primeira vez que multinacionais estrangeiras do sector tecnológico alertam sobre ações semelhantes por parte do governo liderado por Narendra Modi, que também tem vindo a acusar empresas como a Google ou a Meta (Facebook) de não fazerem o suficiente para combater conteúdo alegadamente falso ou anti-Índia nas suas plataformas digitais.

No ano passado, a chinesa Xiaomi declarou, num processo judicial, que a agência de crimes financeiros da Índia ameaçou executivos da empresa com “violência física” e coerção. Mais uma vez, a FIU-IND – Financial Intelligence Unit – India negou.

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