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Índia: Narendra Modi pode chegar à maioria absoluta

O atual primeiro-ministro chegou a ser dado, há poucos meses, como vencido nas eleições. Mas tudo se alterou em fevereiro e a vitória parece estar ao seu alcance.
  • Narendra Modi
23 Maio 2019, 15h50

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o seu partido nacionalista hindu lideram a contagem de votos nas legislativas do país e, segundo os jornais do país, pode mesmo chegar à situação de maioria absoluta: uma sondagem à boca das urnas atribui-lhe 298 dos 545 lugares do parlamento, acima dos 282 obtidos nas eleições de 2014 e dos 273, mais de 50%.

O Partido Bharatiya Janata (BJP, ou Partido do Povo Indiano) liderava a contagem em 277 círculos eleitorais enquanto o seu principal rival, o Congresso Nacional Indiano, dominava em 55, de acordo com o ‘site’ da comissão eleitoral indiana, citado pela agência Lusa.

A câmara baixa do Parlamento indiano conta 545 lugares, sendo que, para formar governo, um partido ou coligação precisa de 272 assentos.

As eleições tiveram início em 11 de abril, e foram vistas como um referendo a Modi, cujas reformas económicas não tiveram grande êxito, mas que continua muito popular no país de 1,3 mil milhões de pessoas. Durante seis semanas, entre abril e maio, 67% dos 900 milhões de eleitores indianos participaram na maior eleição já realizada no país.

Com 68 anos, o filho de um vendedor de chá em Gujarat (oeste) chegou ao poder em 2014 e enfrentou neste escrutínio vários poderosos partidos regionais e o partido do Congresso, liderado pelo herdeiro da dinastia política Nehru-Gandhi, Rahul Gandhi.

De acordo com várias sondagens, divulgadas no domingo, Modi e o BJP vão conseguir um novo mandato de cinco anos. A vantagem de Modi esbateu-se nos últimos meses, mas tudo sofreu uma profunda alteração a partir do momento em que houve um atentado.

Um alegado ativista muçulmano de nacionalidade paquistanesa decidiu, em fevereiro passado, fazer-se explodir, matando 40 militares indianos na região da Caxemira. A Índia respondeu com um ataque aéreo para lá da Linha de Controlo que divide os dois países, o Paquistão abateu de seguida um avião indiano que violara o seu espaço aéreo e Modi começou a subir nas sondagens.

De pouco valeu, na Índia, que o próprio o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, tenha denunciado o interesse eleitoral no reacender do conflito – colocando com quase todas as letras a culpa do sucedido nos meandros secretos da estratégia do seu homólogo indiano.

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