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Indiana RITES inicia entrega de locomotivas de 32,5 milhões a Moçambique

A empresa tinha divulgado em novembro de 2023, em informação à bolsa de valores indiana, que o contrato para o fornecimento de 10 locomotivas diesel-elétricas “foi atribuído” à RITES, que apresentou a “proposta mais baixa” entre os concorrentes.
17 Junho 2025, 19h23

A empresa estatal Rail India Technical and Economic Service (RITES) anunciou o envio da primeira das 10 locomotivas encomendadas pela Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), um negócio de 37,68 milhões de dólares (32,5 milhões de euros).

“A RITES tem o orgulho de impulsionar a conectividade global com o primeiro lote de 10 locomotivas de última geração, parte de uma encomenda de 37,68 milhões de dólares (…) para Moçambique”, lê-se numa informação da empresa..

A empresa tinha divulgado em novembro de 2023, em informação à bolsa de valores indiana, que o contrato para o fornecimento de 10 locomotivas diesel-elétricas “foi atribuído” à RITES, que apresentou a “proposta mais baixa” entre os concorrentes.

A mesma nota referia que a RITES também concorreu ao fornecimento de 300 vagões à CFM, tendo a empresa estatal moçambicana informado que o negócio foi atribuído a outro concorrente, sem revelar mais detalhes.

O Governo moçambicano está a adquirir novos vagões para reforçar o transporte ferroviário no país, prevendo um crescimento no tráfego de 26,6% este ano, segundo dados compilados em maio pela Lusa a partir da proposta orçamental.

De acordo com a proposta de Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) 2025, a previsão de crescimento no tráfego é justificada “pelo aumento do fluxo de passageiros, ligado aos investimentos feitos na aquisição de mais de 750 vagões”.

Esse crescimento é ainda justificado “pela expectativa de incremento do tráfego de mercadorias, em 2025, com o funcionamento em pleno das linhas férreas reabilitadas e expandidas de Ressano Garcia (via dupla), Matola Gare-Moamba e Machipanda, que vão permitir ligações entre os Portos do Sul e Centro, garantindo assim, maior capacidade e resposta da procura de transporte de carga ferroviária”, segundo o documento governamental.

O Governo moçambicano avançou no final de abril que pretende investir quase 190 milhões de euros até 2030 na duplicação de linhas ferroviárias, aquisição de carruagens, locomotivas e vagões para reforçar a capacidade de transporte de passageiros e de mercadorias.

“No sistema ferroviário sul e centro, sob gestão direta da empresa CFM, planificamos investir cerca de 14 mil milhões de meticais [189,1 milhões de euros] no período 2025-2030 na implementação de projetos estratégicos”, disse em 26 de abril o ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, ao inaugurar três novas locomotivas, em Maputo.

O governante adiantou que o executivo quer investir o dinheiro na conclusão da duplicação dos restantes 25 quilómetros da linha férrea Ressano Garcia em Maputo, que liga Moçambique e África do Sul, e também na aquisição de mais de 30 carruagens cujo objetivo é reforçar a capacidade de transporte de passageiros.

Pelo mesmo valor, o Governo de Moçambique pretende adquirir até 2030, pelo menos, 250 vagões para responder à crescente procura de transporte de minerais e a compra de, pelo menos, 15 locomotivas de linha.

O ministro dos Transportes e Logística disse que as três novas locomotivas inauguradas custaram 422,4 milhões de meticais (5,8 milhões de euros), cujo objetivo é reforçar a capacidade de transporte ferroviário de passageiros na região de Grande Maputo, reconhecendo o seu impacto no desenvolvimento das comunidades.

Os resultados operacionais da estatal do CFM subiram 55% em 2024, para quase 2,52 mil milhões de meticais (34,7 milhões de euros), e foram transportados mais de sete milhões de passageiros, anunciou recentemente a administração.

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