A indústria automóvel registou fortes valorizações em bolsa na quarta-feira, tanto na Europa como, sobretudo, na Ásia. Em causa estão as tarifas inferiores ao esperado sobre Japão e Indonésia, dois mercados cruciais naquele setor, à escala global.
Na região da Ásia-Pacífico, Mazda, Subaru, Toyota e Mitsubishi foram protagonistas de subidas entre 13% e 18%. No continente europeu, a Stellantis ganhou 9%, ao passo que Volkswagen e Mercedes-Benz registaram incrementos próximos de 6%. Nas origem estão as tarifas comerciais decretadas pela administração dos EUA, liderada por Donald Trump.
Estas últimas incidem não diretamente no mercado automóvel, mas são referentes ao Japão, Indonésia e Filipinas, pelo que mexem com um conjunto muito significativo de empresas que operam no setor. Assim sendo, a decisão gerou grande ânimo, inclusive entre as empresas cotadas nas bolsas europeias.
O Japão vai ser visado com a imposição de tarifas de 15% (abaixo da ameaça de 25%), o que foi de tal forma positivo aos olhos dos investidores que a maior fabricante de automóveis do mundo, sediada precisamente naquele país, valorizou 14%. Trata-se da Toyota, cujas ações atingiram os 2.854 ienes (16,57 euros, à taxa de câmbio atual), o que significa que alcançaram um máximo de maio.
De resto, entre as automotoras asiáticas, destaque para as subidas de 17,7% na Mazda, 16,6% na Subaru e 13% na Mitsubishi, ao mesmo tempo que a Nissan ganhou 8,3%. De referir que todas elas estão cotadas precisamente na bolsa de Tóquio, no Japão.
O ânimo vivido no setor beneficiou ainda da tarifa fixada em 29% para a Indonésia (também aqui inferior às expetativas que existiam), que é o 5º maior produtor de automóveis no continente asiático.
O sentimento positivo que se viveu nas praças asiáticas transmitiu-se para o continente europeu, na medida em que foram várias as cotadas de peso que se destacaram. A Stellantis valorizou mais de 9%, ao passo que a Volkswagen ultrapassou os 6% e a Mercedes-Benz aproximou-se precisamente dos 6%. A Porsche ganhou quase 5%, ao passo que a BMW subiu para lá de 4%, para dar alguns exemplos.
Independentemente da incerteza que a indústria vive um pouco por todo o mundo (a que a China consegue escapar), é certo que as tarifas ameaçam ter um impacto muito significativo no setor. Recorde-se que os EUA investiram 217 mil milhões de dólares em importações de automóveis no ano passado. O México liderou os números, seguido pela Coreia do Sul, Japão e Canadá.
Dito isto, é natural que os mercados descontem o impacto de eventuais tarifas, mediante as expetativas existentes, assim como é de esperar que beneficiem de estas serem fixadas abaixo do esperado, como foi o caso.
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