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Indústria brasileira termina 2024 com níveis baixos de atividade e a desacelerar

De acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI) da S&P Global, o indicador caiu para 50,4 em dezembro, uma queda significativa em relação aos 52,3 registados em novembro. Este é o nível mais baixo do ano, igualando o resultado de agosto.
2 Janeiro 2025, 14h24

O setor industrial do Brasil terminou 2024 num cenário de incerteza, mostrando sinais de fraqueza, devido à desaceleração da procura e à desvalorização do real.

De acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI), o indicador caiu para 50,4 em dezembro, uma queda significativa em relação aos 52,3 registados em novembro. Embora ainda permaneça acima da linha de 50, que separa crescimento de contração, este é o nível mais baixo do ano, igualando o resultado de agosto.

No último mês do ano, a indústria enfrentou expansões fracas tanto nas encomendas quanto na produção, com taxas de crescimento que não eram tão baixas há quatro meses. De acordo com uma pesquisa da S&P Global, o poder aquisitivo das famílias caiu, o que impactou negativamente as vendas em várias fábricas.

As exportações também não tiveram um bom desempenho, com quedas consecutivas nas encomendas internacionais, especialmente devido à diminuição da procura na Ásia, no Mercosul e nos Estados Unidos. Esse cenário levou as empresas a conterem a criação de novos postos de trabalho, resultando em contratações no ritmo mais lento desde agosto de 2023.

A inflação também se apresentou como um desafio, com a desvalorização do real em relação ao dólar a elevar os custos para as indústrias.

Em dezembro, a moeda brasileira enfrentou uma pressão significativa, ultrapassando a marca de seis reais por dólar, o que gerou preocupações sobre a sustentabilidade fiscal do país.

As empresas relataram um aumento nos custos relacionados com commodities e transporte, o que resultou num aumento nos preços de venda. Este ajuste de preços levou a uma inflação nos materiais mais acentuada em comparação com novembro.

Apesar das dificuldades, cerca de 63% dos entrevistados na pesquisa da S&P Global mostraram-se otimistas em relação ao futuro, esperando uma recuperação nos investimentos e na procura, além de melhores condições no setor automóvel e a abertura de novas fábricas.

“Embora haja uma expectativa de um ambiente económico mais favorável em 2025, os dados atuais refletem uma leve perda de confiança. A elevada taxa de juros, que continua a subir, pode dificultar os investimentos e o crescimento, levando as empresas a priorizarem a eficiência em detrimento da expansão,” afirmou Pollyanna de Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence.

 

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