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Indústria dos semicondutores “não mostra sinais de abrandamento”

O crescimento da indústria dos semicondutores vai acontecer “a uma velocidade vertiginosa”, com esta a superar receitas de um bilião de dólares até 2030.
Chips Portugal semicondutores
Imagem: Shutterstock/Gorodenkoff
17 Janeiro 2025, 13h44

A indústria dos semicondutores, os ditos chips, deverá continuar a mostrar empenho em 2025. Na verdade, a agência de rating DBRS Morningstar indica mesmo que a indústria “não mostra sinais de abrandamento” no presente ano, impulsionado pelas soluções de Inteligência Artificial (IA).

“Esperamos que a crescente adoção de IA, a forte procura por aplicações de computação de elevado desempenho e crescente procura por centros de dados apoiem o crescimento sólido para empresas e fabricantes de chips”, lê-se no relatório da DBRS.

Os dados mostram que a indústria de semicondutores “deve crescer a uma velocidade vertiginosa, com receitas a superar facilmente um bilião de dólares até 2039”. Este é um valor que compara com os 530 mil milhões de dólares de 2023.

Contudo, para as empresas considerem lidar com o forte crescimento por parte da procura, “serão necessários investimentos pesados em toda a cadeia de valor dos semicondutores, juntamente com um crescimento significativo na força de trabalho”. A DBRS fez as contas e indica que só o número de funcionários que trabalham no setor nos EUA teria de crescer mais de 30% até 2030, sendo que as perspetivas indicam que “perto de 60% das vagas projetadas no setor permaneçam não preenchidas por conta da escassez de talento e aumento dos custos para as companhias”.

A agência espera que a procura elevada por parte da IA seja capaz de balançar com a procura decrescente observada nas indústrias, nomeadamente na automóvel, onde se tem assistido a um decréscimo de vendas nos últimos meses.

A DBRS sustenta que os fabricantes gerais e fabless (manufatura em fábrica contratada, principalmente de dispositivos e chips) devem “refletir receitas e margens EBITDA melhoradas, o que afetará positivamente o cash flow“.

Entre as empresas fabless encontram-se nomes conhecidos do setor, nomeadamente AMD, Broadcom, MediaTek e Nvidia, e estas devem “manter a tendência verificada em 2024 e demonstrem um sólido crescimento operacional”. Serão estas empresas, nomeadamente AMD, Nvidia e Broadcom, que irão aportar uma expansão dos seus resultados, de acordo com os cálculos da DBRS, em até 10 pontos percentuais nos próximos três anos.

Também o “aumento da adoção de 5G, o crescimento de dispositivos de Internet das Coisas (IoT) e a tendência mais ampla em direção a chips mais poderosos e com menor consumo de energia são fortes catalisadores para o crescimento contínuo” da indústria no presente ano.

Em 2025, “Taiwan vai permanecer a potência dominante na indústria global de semicondutores”, sendo responsável por mais de 90% da produção global de chips”. Esta produção será liderada pela TSMC, contando com clientes como AMD, Nvidia e Tesla.

A análise da DBRS mostra que “Taiwan está pronta para ampliar a sua liderança tecnológica, já que a TSMC deve iniciar a produção de chips de dois nanómetros”. Na visão da agência de rating, estes semicondutores vão destacar-se por serem a “oferta mais avançada tecnologicamente e serão significativamente menores e mais eficientes que os chips produzidos anualmente”.

Assim sendo, a conclusão é que Taiwan vai permanecer uma parte crítica na cadeia de valor dos semicondutores, sendo que existe a preocupação de riscos geopolíticos, uma vez que teria impacto em vários setores.

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