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Indústria mundial de vestuário sofre com falta de encomendas

Após os maus resultados de 2020, por terem passado a maior parte do ano encerrados, as esperanças de recuperação da indústria do vestuário têm-se esvanecido após novas quarentenas e confinamentos, sem perspetivas de abertura das lojas. 
8 Fevereiro 2021, 17h14

As lojas de roupa estão atualmente em quase toda a Europa por não serem considerados serviços essenciais, e nem as vendas online estão a conseguir escoar o inventário que estas lojas foram acumulando ao longo dos confinamentos forçado para que os países conseguissem reduzir o aumento de casos.

De acordo com a “Reuters, várias empresas reduziram os pedidos às fábricas de roupa devido ao excesso de inventário disponível, várias empresas queixam-se de falta de pagamento e as fábricas no Bangladesh, onde grande parte da roupa é produzida, estão em risco iminente de fechar portas.

Após os maus resultados de 2020, por terem passado a maior parte do ano encerrados, as esperanças de recuperação da indústria do vestuário têm-se esvanecido após novas quarentenas e confinamentos, sem perspetivas de abertura das lojas.

Em Portugal, por exemplo, as lojas que vendem vestuário tiver de encerrar portas no dia 15 de janeiro, quando ainda se encontravam a praticar a época dos saldos, onde muitas lojas aproveitam para vender inventário em excesso. De forma a poupar os prejuízos, o Governo decretou que os supermercados e hipermercados não podiam vender este tipo de produtos não essenciais.

A rede Primark, uma das poucas lojas que não detém comércio online, afirmou à “Reuters” que tem guardado 105 milhões de libras (119,5 milhões de euros) em stock de primavera/verão e 200 milhões de libras (227,7 milhões de euros) em roupa de outono/inverno, e que agora não a consegue vender por as lojas se encontrarem encerradas.

A empresa de consultoria McKinsey afirma que o valor das roupas não vendidas no sector do retalho, em todo o mundo, varia entre os 140 e os 160 mil milhões de euros, mais do dobro em níveis normais.

Para combater elevados níveis de stocks disponíveis, as empresas estão a optar por comprar em menor quantidade aos fornecedores, ou seja, às fábricas. Desta forma, e com falta de encomendas, as fábricas têm lutado para permanecer abertas, uma vez que dependem das exportações de produtos têxteis.

Segundo a “Reuters”, 50 fábricas da Associação de Fabricantes e Exportadores de Vestuário do Bangladesh afirmaram ter recebido menos 30% dos pedidos regulares. “Os pedidos chegam com três meses de antecedência, mas não há pedidos para março”, adiantou um proprietário de uma fábrica em Dhaka, que produz vestuário para grandes retalhistas norte-americanos e europeus.

“Estamos a operar com 25% da capacidade. Temos alguns pedidos para manter a fábrica aberta até fevereiro. Depois disso não sei o que o futuro nos reserva. É difícil dizer como vamos sobreviver”, adiantou o mesmo proprietário à “Reuters”.

A consultora McKinsey adiantou ainda uma estimativa pessimista, apontando uma quebra de 15% nas vendas, enquanto o Euromonitor estima uma recuperação de 11%. A diferença entre estes valores indica incerteza para o futuro das grandes marcas mas também para as fábricas.

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