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Economia a evoluir numa “trajetória convergente com os níveis pré-pandemia”, estima INE (com áudio)

Embora ainda estejam inferiores aos níveis de 2019, o INE vê com otimismo a recuperação da economia portuguesa, afirmando que esta evolui numa recuperação contínua.
21 Junho 2021, 11h14

O Instituto Nacional de Estatística (INE), estima que a atividade económica portuguesa está numa “trajetória convergente com os níveis pré pandemia”, assinalando que os dados de abril e maio revelaram “taxas de crescimento historicamente elevadas”, embora estejam a ser comparados com níveis fortemente afetados com a pandemia, em 2020.

No entanto, de acordo com a Síntese Económica de Conjuntura, divulgada esta segunda-feira, os indicadores de curto prazo não conseguiram, em abril, atingir os valores do período homólogo de 2019 e a atividade turística “encontra-se longe” dos resultados do período homólogo de 2019.

No caso das exportações o mesmo já não se verifica. O nível registado em abril foi superior ao do mesmo mês de 2019.

Os indicadores quantitativos de síntese — ou seja, a atividade económica, consumo privado e investimento — apresentaram, em abril de 2021, os valores máximos das respetivas séries, “refletindo o forte efeito de base causado pelas reduções intensas verificadas em abril de 2020”, lê-se no documento. Em maio, o indicador de clima económico aumentou de forma expressiva, superando o nível observado no início da pandemia (março de 2020).

A síntese relembra ainda que as estimativas quanto à taxa de desemprego, em abril, foi de 6,9%, mais 0,3 pontos percentuais(p.p.) que no mês anterior, sendo que a taxa de subutilização do trabalho situou-se em 12,9%, valor idêntico ao de março (13,7% no período homólogo de 2020).

Quanto aos dados do índice do preço de consumidor (IPC), este foi, em maio, de 1,2% (0,6% em abril), enquanto que o  índice de preços na produção da indústria transformadora apresentou em maio uma taxa de variação homóloga de 6,3% (3,4% no mês anterior), registando o crescimento mais elevado desde agosto de 2020.

De forma geral, o INE conclui que em maio, o indicador de sentimento económico da atividade económica registou um forte aumento pelo terceiro mês consecutivo, atingindo o valor mais elevado desde dezembro de 2017. “A sua evolução em maio refletiu principalmente a recuperação significativa da confiança no setor dos serviços, verificando-se também um aumento dos níveis de confiança nos restantes setores”, nomeadamente, indústria, comércio a retalho e construção, ainda que de forma menos intensa.

O indicador de confiança dos consumidores manteve o perfil ascendente iniciado em fevereiro, superando os níveis registados antes da crise pandémica.

Esta evolução positiva dos indicadores económicos em Portugal é semelhante ao que se verifica na zona euro com o indicador europeu de sentimento económico a atingir o valor mais elevado desde dezembro de 2017. “A sua evolução em maio refletiu principalmente a recuperação significativa da confiança no setor dos serviços, verificando-se também um aumento dos níveis de confiança nos restantes setores (indústria, comércio a retalho e construção) ainda que de forma menos intensa”, explica o INE, acrescentando que o indicador de confiança dos consumidores também superou os níveis pré-pandemia.

Para já, existem pelo menos duas previsões que apontam para crescimentos expressivos do PIB no segundo trimestre deste ano. É o caso do ISEG que antecipa um crescimento entre 14,5% a 15%, em termos homólogos, e o caso da Comissão Europeia que prevê um salto de 13,5%. O Banco de Portugal, apesar de não revelar um número para o segundo trimestre, reviu na semana passada em alta o crescimento anual do PIB de 3,9% para 4,8%. 

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