[weglot_switcher]

INE confirma maior crescimento trimestral desde 1996: PIB cresceu 15,5% no segundo trimestre

No segundo trimestre, a economia portuguesa cresceu 15,5% em termos homólogos e 4,9% em cadeia. Consumo e investimento impulsionam retoma.
  • 4 – Portugal
31 Agosto 2021, 11h01

A economia portuguesa cresceu 15,5%, em termos homólogos no segundo trimestre do ano, refletindo sobretudo o efeito base do ano passado, confirmou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Esta é a maior expansão trimestral homóloga desde pelo menos 1996, tendo os dados do organismo de estatística revelado ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) acelerou 4,9% face ao último trimestre do ano passado, como resultado do contributo da procura interna.

O segundo trimestre foi marcado por uma reabertura gradual da economia, depois do confinamento do início do ano, o que impulsionou a recuperação. Contudo, tal como havia já sinalizado na estimativa rápida divulgada no final de julho, o INE explica que a evolução homóloga é influenciada por um efeito de base, “uma vez que as restrições sobre a atividade económica em consequência da pandemia se fizeram sentir de forma mais intensa nos primeiros dois meses do segundo trimestre de 2020, conduzindo então a uma contração sem precedente da atividade económica”.

“No segundo trimestre, o PIB registou uma variação homóloga de 15,5% em termos reais (-5,3% no 1o trimestre e -16,4% no 2o trimestre de 2020), tendo aumentado 14,5% em termos nominais (variações de -3,6% no trimestre precedente e -12,7% no 2o trimestre de 2020)”, assinala.

A radiografia do INE permite ainda perceber que o contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB passou a positivo e “foi acentuado” no segundo trimestre, enquanto o contributo da procura externa foi nulo.

O consumo privado subiu 17,5%, o que compara com a quebra de 6,6% no primeiro trimestre deste ano e de 14,4% no segundo trimestre do ano passado, enquanto o consumo público aumentou 9,8% em termos reais no segundo trimestre, quando no primeiro trimestre registou uma variação homóloga de 2,8%. “Note-se que o consumo público registou uma taxa de variação homóloga negativa no 2o trimestre de 2020 (-3,9%), traduzindo o impacto negativo na produção não mercantil em volume das medidas de confinamento, que implicaram o encerramento de vários serviços públicos”, explica. Já o investimento passou de um crescimento de 3,9% no primeiro trimestre para 10,5%.

No segundo trimestre, a procura externa líquida apresentou um contributo nulo para a variação homóloga do PIB, com as exportações de bens e serviços a passarem de uma diminuição homóloga de 9,6% em termos reais, no primeiro trimestre, para um aumento de 39,4%, e as importações de bens e serviços passaram de uma taxa de – 4,3% no 1o trimestre para 34,3%.

Face ao trimestre anterior, o PIB aumentou 4,9% em termos reais, “mais que compensando a variação em cadeia negativa (-3,2%) observada nesse trimestre”. Esta evolução resulta sobretudo do contributo positivo expressivo da procura interna (5,4 p.p.) para a variação em cadeia do PIB, após ter sido negativo no primeiro trimestre. “Em menor grau, refletiu ainda um contributo da procura externa líquida menos negativo no segundo trimestre”, indica o INE.

Consumo e investimento puxam pela economia

O consumo privado foi um dos responsáveis pela recuperação da economia, com as despesas de consumo final das famílias residentes a crescerem 18,1% em volume, em termos homólogos, após a redução de 6,8% no trimestre anterior e de 14,8% no segundo trimestre do ano passado.

As famílias voltaram a consumir mais bens não duradouros, com este segmento a aumentar 34,3% em termos homólogos, após taxas negativas nos dois trimestres anteriores (-7,8% no primeiro trimestre e -25,9% no segundo trimestre de 2020). Já o consumo em bens não duradouros e serviços aumentaram 16,6%, em termos homólogos, o que compara com a quebra de 6,7% no trimestre anterior e a diminuição de 13,6% no segundo trimestre.

Face ao primeiro trimestre, as despesas de consumo final das famílias residentes aumentaram 8,8%, verificando-se crescimentos de 12,5% nas despesas em bens duradouros e de 8,4% nas despesas em bens não duradouros e serviços.

Já o investimento em volume aumentou 10,5% em termos homólogos, o que compara com as variações de 3,9% no trimestre anterior e quebra de 10,0% no segundo trimestre do ano passado, tendo a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) total crescido 12,5% em termos homólogos. Contudo, quando comparado com o primeiro trimestre, o investimento total diminuiu 3,2%, tendo a FBCF diminuído 2,1%.

Do lado, as exportações de bens e serviços em volume registaram uma variação homóloga de 39,4% no segundo trimestre, depois as importações de bens e serviços em volume aumentaram 34,3% em termos homólogos, após a contração de 4,3% no trimestre anterior. Comparativamente com o trimestre anterior, as exportações totais diminuíram 2% em termos reais, verificando-se variações em cadeia de sentidos opostos nas duas componentes, assim as importações totais registaram uma variação em cadeia de -0,8% no segundo trimestre, tendo as duas componentes apresentado também variações com sinais opostos, com a componente de bens a diminuir 2,3% e a de serviços a aumentar 8,6%.

(Atualizado às 11h40)

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.