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Inédito: ‘Yields’ da dívida a 10 anos mais baixas do que em Espanha, diz Mário Centeno

O ministro das Finanças refere ainda, em entrevista à RTP, que mantém as metas do défice e garante que há “bons” sinais no mercado de trabalho.
30 Agosto 2019, 21h41

O ministro das Finanças afirmou esta sexta-feira à noite que os juros da dívida portuguesa a 10 anos tornaram-se mais baixos que os de Espanha esta tarde.

“Hoje, por volta das 15h10, a taxa de juro portuguesa a 10 anos passou, pela primeira vez, para níveis inferiores às de Espanha (…). É um indicador extraordinário e que temos de conseguir manter. É um indicador de credibilidade e da sustentabilidade de todo o processo económico e financeiro português”, referiu, em entrevista à RTP.

O mínimo dos juros da dívida a 10 anos negociado hoje foi de 0,119%. “O mais importante são os diferenciais de taxas de juro. No início da legislatura, com a Alemanha, era superior a 350 pontos base (qualquer coisa como 3,5 pontos percentuais). Hoje não chega a 0,8%. Isto significa que o Estado, mas também (e principalmente) as empresas hoje financiam-se com diferenciais de taxas de juro face às empresas alemãs que são muito mais reduzidos do que em 2015”, explicou o ministro das Finanças.

Mário Centeno diz ainda que o Governo mantém as metas do défice e garante que há “bons” sinais no mercado de trabalho, uma vez que a economia nacional tem registado um crescimento “transversal”. Apesar dos alertas sobre a evolução do investimento – inclusive dos economistas da Universidade Católica -, Mário Centeno destaca que os quase 7% a que a Formação Bruta de Capital Fixo cresceu no segundo trimestre são o “maior valor do investimento em muito tempo em Portugal”.

“Portugal fez um trabalho muito rigoroso, em certos momentos difícil, mas cheio de sucesso para chegar a este momento: mais preparado [para uma crise] do que em 2008″, sustenta. “Mantemos as metas de crescimento mas sempre com a cautela que temos desde o início”, assinala, acrescentando que o equilíbrio das contas públicas permite confiança e “garantir que não estamos a adiar pagamentos para o futuro”.

Em declarações ao canal público, o governante fez ainda referência às “boas notícias” oriundas de Itália esta semana – com a autorização do presidente para Conte formar um novo governo de coligação – e as “incertezas” adjacentes ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia, agendado para o próximo dia 31 de outubro.

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