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Inês de Medeiros: “Classe trabalhadora está fora dos planos de sustentabilidade”

No evento Zona de Impacto, uma organização do JE e do novobanco, a autarca de Almada defende que os planos de sustentabilidade deixam de parte a classe trabalhadora: “Como é que respondemos a quem não é nómada digital?”.
17 Março 2025, 10h03

Os desafios de sustentabilidade das cidades deixa muitas vezes de fora a classe trabalhadora, criticou esta segunda-feira a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, no evento Zona de Impacto, uma organização do JE e do novobanco.

“Todos temos a consciência que a sustentabilidade não é uma opção, é mesmo uma realidade incontornável. Neste calvário que é a revisão dos Plano Diretores Municipais, é importante juntar ambiente ao planeamento urbanístico: já que a sustentabilidade está nestes domínios”, destacou a autarca.

Inês de Medeiros referiu que “sempre que são apresentados estudos, que são todos muito bonitos, devia ser importante responder a quem trabalha, aqueles que têm de ir buscar os filhos. Esse é o grande desafio”.

“As soluções não são simples. A estratégia local deve ser da responsabilidade dos municípios e devem ser esses organismos a definir os objetivos. Apesar dos municípios terem essa capacidade de gerir, há matérias como a mobilidade, que tem de ser pensada ao nível da área metropolitana”, sublinhou.

A autarca de Almada considera que o urbanismo “tem de ser pensado não só em termos de lazer mas colocar no centro o desafio da mobilidade”. Inês de Medeiros vê “pouca reflexão relativamente à questão do trabalho ao mesmo nível dos espaços verdes. Como é que respondemos a quem não é nómada digital, à boa velha classe trabalhadora que muitas vezes, nestes planos sustentáveis, estão fora?”.

O evento Zona de Impacto é organizado pelo Jornal Económico em parceria com o novobanco e reúne especialistas para debater a importância do ESG na construção de um mercado mais sustentável mais sustentável e justo. Este evento conta com participação de líderes municipais e empresariais e tem lugar na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.

Este encontro constituiu uma oportunidade para académicos, universitários, empresários e todos os interessados se reunirem e discutirem o impacto do ESG nas políticas públicas e no setor privado.

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