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Inês Sousa Real: o PAN “não é o epifenómeno” que os críticos anteciparam

A nova líder do partido quer que a proteção da vida animal seja incluída no texto constitucional. Internamente, quer que o PAN absorva a ‘crise de crescimento’ que está em curso.
5 Junho 2021, 16h54

Inês Sousa Real, a nova líder do PAN, disse, intervindo no congresso para apresentar a moção ‘As causas primeiro’, que o partido não é o epifenómeno que alguns analistas vaticinaram e que está cada vez mais forte e integrado na vida política nacional, à qual trouxe “uma visão global e integradora, mas também e de forma disruptiva, as causas animal e ambiental. Muitos consideraram-nos um epifenómeno, mas o tempo deixou claro que são cada vez mais as eleitoras e os eleitores que se identificam com o ideário do PAN”.

Para a nova líder, “num panorama tantas vezes deserto de ideias e mais ainda de vontade, o PAN foi o único partido que desde o início colocou na agenda política nacional as questões do clima e da proteção animal. E logo no primeiro ato eleitoral a que concorreu quase que conseguiu eleger um deputado, porque de facto existia uma parte significativa da sociedade sensível a estas questões”.

“Chegámos a um momento decisivo, que exige uma visão global de futuro e para a qual o PAN está mais do que convocado. Apresentamo-nos por isso a este congresso com o mote, As Causas Primeiro numa moção global de estratégia que visa apostar na mudança de paradigma em que vivemos e em que os partidos tradicionais continuam a não dar resposta perante a crise ambiental que vivemos e o declínio vertiginoso da biodiversidade que tem lugar diante dos nossos olhos, enquanto responsáveis políticos é urgente que se promova a regeneração dos ecossistemas, a preservação dos poucos habitats que ainda persistem, a salvaguarda dos oceanos, a proteção das espécies, entre muitas outras medidas que impeçam que este planeta se torne um planeta mais silencioso e menos vivo”, frisou.

Admitindo que para a mudança é preciso “um modelo económico mais justo”. Inês Sousa Real afirmou que “numa sociedade onde se exploram pessoas, se devastam ecossistemas e depreda a vida animal, não há justiça. O caminho a que nos propomos não será fácil e implica considerarmos não apenas as pessoas mas também os animais, no que respeita às conquistas até aqui feitas iremos continuar a defender que compete ao Estado assegurar a proteção da vida animal independentemente da finalidade a que se destina e que tal deve estar expressamente previsto na nossa lei fundamental, ou seja na Constituição da República Portuguesa”.

Por outro lado, disse ainda, “Portugal carece de um plano e de uma visão macro que acautele e dê resposta às fragilidades das várias dimensões da nossa sociedade, desde o combate à pobreza, às assimetrias sociais e regionais, sem esquecer a educação, saúde, mobilidade, política fiscal, acesso à internet e justiça”.

Em termos internos, a moção de Inês Sousa Real pretende “adequar as estruturas internas do partido ao seu crescimento e contribuir também para o seu fortalecimento”.

 

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