A Porto Business School (PBS) vai lançar um programa de formação executivo em Cibersegurança, em parceria com o INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência-, a maior unidade de investigação portuguesa em tecnologias de informação do país.
O programa destaca-se “pela vertente inovadora e tecnológica e pela natureza interdisciplinar”, dizem as promotoras, segundo as quais o objetivo é formar especialistas que “possam defender” ativos digitais e dados confidenciais dos sistemas informáticos e de rede de empresas, governos e organizações contra ataques cibernéticos, salvaguardando a informação, os indivíduos e a adesão às políticas.
Lecionado em inglês, o programa tem a duração de um ano e encontra-se em fase de candidaturas, com arranque previsto a 19 de fevereiro de 2024.
“O executive master em Cibersegurança visa dotar os formandos de conhecimento profundo dos princípios, tecnologias e práticas de segurança cibernética e de capacidades para definir estratégias para proteger ativos digitais e enfrentar os desafios de segurança cibernética, contribuindo para os esforços nacionais e globais de segurança cibernética”, adianta Rui Oliveira, codiretor do executive master em Cibersegurança da Porto Business School e membro do conselho de administração do INESC TEC.
José Miranda, codiretor do executive master em Cibersegurança da Porto Business School e consultor especializado em diversas áreas ligadas à Segurança, explica, por seu lado, que com este programa, pretende-se “ajudar empresas, governos e organizações a identificar e mitigar vulnerabilidades e ameaças, diminuindo o risco de violações de dados e ataques cibernéticos”.
“Terão, assim, maior prontidão para detetar, responder e recuperar de incidentes cibernéticos e assegurarão o cumprimento dos regulamentos e padrões de segurança cibernética, evitando penalidades dispendiosas”, conclui.
Cibersegurança nos tempos atuais
O estudo “Cyber security for SMBs: Navigating Complexity and Building Resilience” desenvolvido pela Sage, revela que para 55% das pequenas e médias empresas (PME) em Portugal educar os colaboradores para a cibersegurança é o seu maior desafio. Este valor ultrapassa em muito a média global de 44%. Além disso, 40% das inquiridas admitem ter dificuldades em recrutar pessoas com competências de cibersegurança e 56% estão incertas do nível de segurança das operações dos fornecedores. Portugal tem também a menor confiança (46%) quanto à seriedade com que as pequenas empresas estão a encarar a cibersegurança.
O estudo revela ainda que, dado que apenas cerca de dois terços das PME em Portugal estão a investir em medidas de cibersegurança, este apoio poderá ter de vir de fontes e orientações externas – 71% das PME portuguesas consideram cibersegurança como parte da sua cultura atual.
Ainda assim, Portugal ocupa atualmente o oitavo lugar do National Cyber Security Index, que mede a capacidade dos países para prevenir e gerir incidentes com base em políticas públicas, com 90% de pontuação. No início da execução da ENSC – Estratégia Nacional de Segurança do Ciberespaço, em 2019, o país estava em 16º lugar (com 64%).
A nível global, o investimento em cibersegurança tem vindo a tornar-se uma prioridade máxima para as organizações, à medida que os níveis de ameaça continuam a aumentar. No segundo trimestre de 2023, o mercado mundial de tecnologia de cibersegurança registou um crescimento de 11,6% em termos anuais, atingindo os 19 mil milhões de dólares, de acordo com a Canalys.
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