Inevitável, porque realmente não se fala noutro assunto, pela sua importância mundial, quer ao nível económico, quer ao nível social. Torna-se realmente impressionante como é que um homem só, devidamente protegido pelas suas forças militares, consegue planear e executar uma guerra destas, onde quem mais está a sofrer são desde logo os civis, que não pediram nada disto, nem Russos nem Ucranianos.
Há quem queira ficar para a história pelas piores razões, parece ser o caso. Independentemente do resultado do que se está a passar, ele já perdeu, pelas motivações pessoais, pelos recursos utilizados, pelos danos sociais e económicos, desde logo ao seu próprio povo. Percebo que os grandes líderes mundiais tenham dificuldade em partir para uma solução mais sólida, militar, com receio de nova guerra mundial com as consequências nefastas que tal iria acarretar.
Mas o certo é que, alguém como o líder Russo, não é travado apenas por sanções aqui ou acolá. Será necessário, julgo eu, ser travado de outra forma mais veemente. Os impactos começam a chegar, nomeadamente no custo da energia, da combustão. O impacto nas nossas exportações e importações é manifestamente residual, cerca de 0,33% do total das transações externas, e por isso, havia quem pensasse que para Portugal p.e., os impactos seriam diminutos. Não são.
Apesar da pouca expressividade na balança comercial entre Portugal e estes dois países, não vivemos numa ilha paradisíaca onde nada nos vai afetar, pelo contrário, o rácio aqui é entre Estados Membros da União Europeia (UE), muitos deles altamente dependentes destas geografias, no combustível, no Gás, nos cereais, países esses a quem nós compramos.
Naturalmente que o impacto no preço é inevitável, e já está a ocorrer, para níveis nunca vistos. O Estado pode, se assim entender, reduzir este impacto pela via fiscal, dado que a sua percentagem é a mesma. Mas veio o ministro das Finanças, de forma pouco séria ou se preferirem, atentando à nossa inteligência, afirmar que ainda não podia reduzir a carga fiscal porque a receita proveniente do imposto dos combustíveis ainda não terá chegado ao nível de 2019!!
Bom, torna-se difícil responder a isto, por ser um ministro com esta responsabilidade, mas seria caso para lhe perguntar, e depois, o que interessa isso? Só está obviamente a pensar em aliviar as contas públicas, por sinal muito desequilibradas, e acaba por ser esta situação uma boa oportunidade para obter maior receita. Só se esqueceu que está a fazê-lo à custa do dinheiro dos suspeitos do costume, dos empresários, dos cidadãos. Haja decência política, ainda nem saímos definitivamente dos efeitos da pandemia, e já apanhamos com mais este impacto económico e social, sem qualquer proteção do Estado. Ainda aqui vamos. Boa semana.
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