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Infarmed e Governo garantem não haver “constrangimentos” nem restrições na administração da vacina da Johnson & Johnson (com áudio)

O Infarmed optou por não limitar nesta fase a utilização da vacina a maiores de 60 anos, embora Rui Santos Ivo tenha referido que, sendo que nesta altura são principalmente as pessoas com mais de 60 anos que estarão a ser vacinadas, serão essas a ser inoculadas com a vacina produzida pela Johnson&Johnson.
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21 Abril 2021, 11h54

O presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) garantiu, esta terça-feira, que a Comissão Europeia e a Agência Europeia do Medicamento (EMA) estão neste momento a avaliar mais duas vacinas contra a Covid-19 para o espaço europeu: a Novavax e a Curevac, que deverá receber a aprovação “em breve”.

Durante a conferência de imprensa, sobre o ponto de situação quanto ao plano de vacinação, Rui Ivo referiu que quanto à vacina da da Johnson&Johnson, esta continuará a ser administrada em Portugal “sem constrangimentos”.

Ou seja, o Infarmed optou por não limitar nesta fase a utilização da vacina a maiores de 60 anos, embora Rui Santos Ivo tenha referido que, sendo que nesta altura são principalmente as pessoas com mais de 60 anos que estarão a ser vacinadas, serão essas a ser inoculadas com a vacina produzida pela Johnson&Johnson.

“É seguro dizer que quer a vacina da AstraZeneca, quer a vacina da Janssen, o beneficio/risco mantém-se positivo”, referiu, acrescentando no entanto, a necessidade de continuarem a serem “monitorizadas” estas situações de reações “muito raras”. Rui Santos Ivo afirmou ainda que Portugal está a “avaliar toda a informação que foi recebida sobre a AstraZeneca”, que permitam perceber “ainda em mais detalhe a utilização nas diferentes faixas etárias”

“Neste momento, em relação a qualquer das quatro vacinas avaliadas e aprovadas pela União Europeia, existem condições para a sua administração”, frisou.

Já Marta Temido, ministra da Saúde relembra que o regulador europeu considerou o fármaco como “seguro e eficaz” e que, até não haverem informações que sugiram restrições etárias, Portugal continuará administrar a vacina. “Essa avaliação é algo que procuraremos que tenha a maior uniformidade possível a nível europeu e que neste momento está a ser realizada pela Agência do Medicamento”, referiu.

“A EMA confirma que a avaliação risco/benefício permanece positiva, é maior a vantagem da administração da vacina face a uma fatalidade provocada pela Covid-19”, sublinha.

https://jornaleconomico.pt/noticias/regulador-europeu-reconhece-ligacao-entre-vacina-da-johnson-johnson-e-a-formacao-de-coagulos-sanguineos-728449

A EMA reiterou esta terça-feira a confiança na vacina, considerando que os benefícios são superiores aos riscos. Em causa estão o surgimento de eventos tromboembólicos raros, que a EMA considerou terem “uma ligação possível” entre os mesmos e esta vacina, no entanto, afirmou serem reações “muito raras”.

Nos EUA, cerca de sete milhões de pessoas já foram vacinados com este fármaco tendo sido confirmadas, até hoje, oito casos de formação de coágulos e uma morte. Todas estas situações ocorreram em pessoas com menos de 60 anos, informa a EMA, no entanto, “com base nas evidências científicas disponíveis, não é possível confirmar a existência de específicos fatores de risco”. Estes casos dizem respeito a mulheres com idades entre 18 e 49 anos, um dos quais fatais, e foram reportados cerca de duas semanas, após serem vacinadas. No espaço europeu, a responsável garante que “ainda não foram reportados casos” de reações adversas, mas acrescenta que foram usadas muito poucas doses da vacina da Johnson & Johnson.

Portugal já recebeu as primeiras 31.200 doses desta vacina que ficaram armazenadas até haver uma decisão do regulador europeu. Antes desta suspensão das entregas, as autoridades portuguesas esperavam receber, até final deste mês, um total de 86.400 doses desta vacina de toma única, de um total de cerca de 1,25 milhões de doses destinadas a Portugal até final do segundo trimestre e 4,5 milhões até ao final do ano.

A Comissão Europeia contratou o fornecimento de 200 milhões de doses da vacina da Janssen, com a opção de mais 200 milhões.

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