Inflação e conflitos geopolíticos estão a levar as poupanças dos consumidores europeus

A Intrum, uma empresa do sector da indústria de serviços de gestão de crédito, divulgou, através do White Paper 2023 – Banca & Financeiras, que as famílias e as empresas enfrentam uma situação financeira difícil, com uma alta inflação e custos elevados dos empréstimos contraídos.

Com a guerra na Ucrânia e agora o conflito Israel-Hamas, os clientes estão cada vez a gastar menos e a esgotar as suas poupanças para fazer face às dívidas que se acumulam. Perante este quadro, o White Paper 2023 defende que os bancos e as instituições financeiras vão ter de apoiar os seus clientes durante este período.

De acordo com a Intrum, quase dois em cada três bancos e empresas financeiras estão preocupados com o incumprimento no pagamento de dívidas ao longo do ano, e revelam que estão à espera que mais clientes venham a ter dificuldades em fazer pagamentos na totalidade dentro do prazo.

Cerca de 96% dos consumidores afirma que já notou os efeitos negativos dos aumentos dos preços nas suas finanças, mas muitos não sabem o que isto significará para a sua atual situação económica.

No entanto, os consumidores começam a ganhar alguma consciência da importância em tomar medidas para gerir as finanças de forma mais eficaz, com cerca de metade dos inquiridos a afirmar que se tornou mais propenso a fixar objetivos financeiros para si próprios.

Segundo o White Paper, 2023 os consumidores que tiveram uma melhor educação financeira são mais eficientes na gestão da sua dívida, revelando ainda que apenas um em cada quatro europeus considera que recebeu uma excelente educação financeira e que está confiante na gestão. Enquanto que um terço afirma ter tido pouca educação financeira.

Perante esta falta de educação financeira, mais de um terço dos consumidores com pouca educação financeira afirma que é mais provável que não paguem agora uma dívida, do que em qualquer outro momento que se recordem.

O relatório conclui que as mulheres europeias são mais propensas a enfrentar custos inesperados, sendo que 28% das mulheres afirmam não conseguir poupar dinheiro todos os meses e 64% revela-se insatisfeita com o montante que conseguem poupar.

Cerca de 83% das mulheres poupam para despesas inesperadas, enquanto apenas 75% dos homens poupa com este intuito. Por outro lado, 39% dos homens poupam para a reforma, em comparação com 32% das mulheres.

Perante estas conclusões o relatório sublinha a importância das instituições financeiras e dos bancos trabalharem com os clientes para mitigar o impacto nas suas finanças, aumentar a literacia financeira, para ter ganhos a curto e longo prazo e planear para uma cultura de poupança mais inclusiva.