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Iniciativa Liberal pergunta se António Costa se considera “um mero passageiro do seu Governo”

Liberais reagiram às declarações de Eduardo Cabrita, que disse “sou só um passageiro” após o motorista da viatura oficial que o transportava, em excesso de velocidade, ser acusado de homicídio por negligência devido ao atropelamento mortal de um funcionário que tratava da manutenção da autoestrada A6.
  • Lusa
3 Dezembro 2021, 16h07

A Iniciativa Liberal apelou ao primeiro-ministro para “finalmente assumir a responsabilidade de pôr termo à indignidade” que constitui o caso do atropelamento mortal de um funcionário que tratava da manutenção da autoestrada A6 por uma viatura oficial onde seguia o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. Caso contrário, segundo um comunicado do partido, Será claro que António Costa “considera-se um mero passageiro do seu Governo, sem qualquer controlo da ação dos seus ministros”.

A reação dos liberais veio na sequência das declarações de Eduardo Cabrita depois de ser divulgado que o motorista do seu gabinete foi acusado de homicídio por negligência por provocar a morte do trabalhador em que embateu quando circulava muito acima da velocidade permitida, a 166 quilómetros por hora. O ministro da Administração Interna disse que “sou só um passageiro” e criticou o que disse ser “um repugnante aproveitamento político daquilo que é uma tragédia pessoal”.

Para a Iniciativa Liberal, Cabrita “deixou de ter quaisquer condições para se manter em funções” desde a morte de um cidadão russo que se encontrava sob custódia do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). E a sua atuação no caso do atropelamento mortal, a 18 de junho, quando regressava a Lisboa após assistir em Portalegre à cerimónia de juramento de bandeira do 43.º Curso de Formação de Guardas da GNR, confirma a avaliação do partido.

“Não surpreende assim, embora seja profundamente lamentável que o ministro Eduardo Cabrita, perante uma situação trágica, procure escudar-se atrás de aspetos formais para esconder o óbvio: dentro de uma viatura oficial que circula em excesso de velocidade, e do estrito ponto de vista da responsabilidade política, um ministro não pode considerar-se a si próprio um mero passageiro”, lê-se no comunicado do partido liderado por João Cotrim Figueiredo.

Ressalvando que deve “dar-se o espaço e o tempo necessário” para a Justiça apurar os factos juridicamente relevantes, a Iniciativa Liberal considera que a única avaliação possível do ponto de vista político foi feita há muito tempo: “A permanência do ministro Eduardo Cabrita revela que este se colocou a si próprio numa situação em que se coloca como exemplo máximo da inimputabilidade deste Governo, corroendo toda a dignidade institucional.”

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