Ricardo Diz, CEO da Carmo SA/Carmowood e Agostinho Carvalho, CEO e fundador da start-up WeADD (empresa especializada em inovação, desenvolvimento e engenharia de produto) transmitiram no evento do JE a sua sensibilidade face aos temas da inovação e sustentabilidade e a forma como estes factores estão a refletir-se na indústria em Portugal.
A inovação é um factor que está cada vez mais enraizado no tecido empresarial português mas a falta de capital continua a ser castrador na competitividade das empresas. Esta foi uma das ideias defendidas no espaço de debate do evento “Zona de Impacto Global – Pensar o ESG”, dedicado à inovação e transição na indústria, uma organização do JE com o novobanco e o apoio do Técnico Lisboa.
Nesta edição, que decorreu esta segunda-feira no Técnico Innovation Center, em Lisboa, Ricardo Diz, CEO da Carmo SA/Carmowood e Agostinho Carvalho, CEO e fundador da start-up WeADD (empresa especializada em inovação, desenvolvimento e engenharia de produto) transmitiram a sua sensibilidade face aos temas da inovação e sustentabilidade e a forma como estes factores estão a refletir-se na indústria em Portugal.
“Houve uma mudança cultural nos últimos dez anos no sentido de procurar parceiros nas faculdades. Não há falta de competências na inovação em Portugal. Estamos bem posicionados mas com as limitações de capital que são conhecidas”, destacou Ricardo Diz.
Agostinho Carvalho considera que a inovação “é fácil à nossa escala” mas o desafio é que essas soluções passem para o plano da produção. E lamentou também as dificuldades de capital: “Em Portugal não temos as empresas com uma dimensão que lhes dê a capacidade para fazer determinado tipo de investimentos. Na burocracia, há ainda muita dificuldade relativamente aos incentivos à inovação. Nas parcerias com as PME, as coisas estão mais facilitadas”, sublinhou.
Seja através de processos interno ou de parcerias com universidades, o responsável da Carmo SA/Carmowood destacou que a inovação acaba por ser um “chavão que engloba muitos processos” e que esta é sobretudo encabeçada pela parte produtiva: “O responsável pela produção é também responsável pela inovação. Vamos testando ideias internamente e estabelecemos parcerias com universidades para introduzir nos nossos processos”, explicou. Destaca Ricardo Diz que “a eficiência do processo é o motor da inovação” e que neste sector “temos que ser críticos do que estamos a fazer e perceber o que há para melhorar” e “ir acompanhando o nosso conhecimento da tecnologia na aplicação ao nosso negócio”.
“Relativamente à escala, um dos desafios é sem dúvida a nossa dimensão. Se compararmos com outras empresas do norte da Europa, percebemos que temos que ser muito criteriosos por uma questão de escala”, realçou.
Agostinho Carvalho, CEO e fundador da start-up WeADD, explicou como deve ser gerido o tema da inovação dentro das estruturas e que a forma como se trata, deve ser moldado consoante a dimensão das empresas. “Faz sentido ter alguém dedicado à inovação dentro da estrutura: Trabalhamos com muitas empresas grandes e que têm departamentos na área de inovação, mas esses departamentos precisam de parceiros para poder ter uma maior amplitude na área da inovação”.
“Nas empresas pequenas faz sentido ter um parceiro que possa ser um elo de ligação com outras estruturas. A mais-valia é alguém que consiga trazer outra perspectiva, muitas vezes numa relação em que transportamos tecnologias que são utilizadas em várias indústrias e trazê-las de indústria para indústria”, realçou.