A competitividade nas empresas é desafio dinâmico que exige renovação contínua. Exige conhecermos as dinâmicas do mercado em que estamos, a nossa concorrência, identificar o que sabemos fazer de diferenciador e conseguir que esta vantagem competitiva seja defensável ao mesmo tempo que não baixamos os braços no que à inovação diz respeito.

As empresas que apostam em inovação criam verdadeiros ecossistemas entre parceiros, universidades e escuta ativa de clientes. Contudo, muitas outras ainda vêm a inovação como um custo. Deixar de inovar não significa apenas perder mercado, mas comprometer a própria existência da empresa num mundo onde a única constante é a mudança.

Partilho alguns modelos de referência que demonstram como a inovação pode ser estruturada para gerar vantagem competitiva sustentável.

A McKinsey propõe o modelo dos “Três Horizontes da Inovação”, segmentando a inovação em três categorias: incremental, adjacente e disruptiva.

A inovação incremental concentra-se no núcleo do negócio atual, com foco em otimização, eficiência e expansão incremental. Está focada na otimização de produtos e processos existentes e inclui iniciativas que sustentam o desempenho operacional e garantem a competitividade imediata.

A inovação adjacente procura expandir as fronteiras do negócio principal, explorando oportunidades adjacentes. Envolve o desenvolvimento de novos produtos, serviços ou mercados que complementam as capacidades existentes, mas apresentam maior incerteza.

A inovação disruptiva é dedicada à exploração de inovações mais radicais e disruptivas que podem transformar completamente o modelo de negócio. É focada em criar novos mercados, redefinir setores existentes ou desenvolver tecnologias revolucionárias.

Por seu turno, em Harvard, Clayton Christensen popularizou a teoria da “Inovação Disruptiva”, que explica como startups desafiam incumbentes ao oferecer soluções mais acessíveis e eficientes, deslocando empresas estabelecidas que se concentram excessivamente em otimizar o status quo. A falta de inovação disruptiva é frequentemente o fator que leva empresas outrora dominantes a perderem relevância.

No MIT, Eric von Hippel introduziu o conceito de “Inovação do Utilizador”, destacando que as soluções mais “fora da caixa” muitas vezes surgem dos clientes, que adaptam produtos e processos para melhor atender às suas necessidades. As empresas que ignoram essa dinâmica perdem oportunidades cruciais para desenvolvimento de produtos verdadeiramente alinhados ao mercado.

Concluindo, a inovação não pode ser vista como algo pontual, mas sim como um processo contínuo e estruturado. A competitividade depende diretamente da capacidade de antecipar mudanças e gerar valor de forma sustentada. As empresas que tratam a inovação como um projeto isolado, sem alinhamento estratégico acabam por ser ineficazes e tornarem-se irrelevantes.