[weglot_switcher]

Leilão da insolvência da Publicações Europa-América aponta para apenas 15 mil euros

Editora fundada por Francisco Lyon de Castro em 1945 foi uma das maiores de Portugal, com êxitos de vendas como “História Concisa de Portugal” e “O Erro de Descartes”, mas acumulou prejuízos que levaram ao seu fim.
30 Junho 2020, 08h19

O valor mínimo aceite no leilão de bens móveis da Publicações Europa-América, que foi uma das principais editoras de livros de Portugal mas viu-se forçada a recorrer à insolvência no final de 2019, após acumular dois milhões de euros de dívidas a credores, é de apenas 15 mil euros.

Segundo o anúncio do leilão eletrónico que teve início às 11h00 desta segunda-feira e decorre até às 16h00 de 10 de julho, levado a cabo pela empresa A Leiloeira Forense, o lote em causa é composto por milhares de livros, mobiliário de escritório em mau estado, uma fotocopiadora e material de refeitório. Os interessados poderão visitar os bens leiloados, expostos na sede da empresa, em Mem-Martins, na próxima quinta-feira, 2 de julho, entre as 10h00 e as 13h00. Essas instalações não fazem, no entanto, parte dos bens apreendidos à insolvente.

Fundada em 1945 por Francisco Lyon de Castro, a Europa-América editou livros de autores portugueses e estrangeiros nada do agrado do regime salazarista, devido às simpatias esquerdistas, como Alves Redol, Gabriel García Márquez, Jorge Amado e Soeiro Pereira Gomes. Mas também se distinguiu na popularização da leitura, com muitas edições de livros de bolso em géneros como a espionagem e a ficção científica ou de temas políticos, sociais e económicos.

“História Concisa de Portugal”, de José Hermano Saraiva, e “O Erro de Descartes”, de António Damásio, estiveram entre os maiores êxitos de vendas de uma editora que publicou 51 milhões de livros de 1.900 autores portugueses e estrangeiros.

A insolvência da Publicações Europa-América foi requerida ao Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa-Oeste, em Sintra, tornando-se inevitável por causa dos dois milhões de euros devidos a dezenas de entidades e de pessoas como o Instituto da Segurança Social, o Santander, a Gradiva e os descendentes de Francisco Lyon de Castro.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.