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Insolvências sobem mais de 11% no primeiro trimestre

O número de empresas insolventes agravou-se no arranque do ano, especialmente no Porto.
indústria
15 Maio 2023, 11h33

Os primeiros três meses do ano ficaram marcados por um crescimento do número de empresas que entraram em insolvência em Portugal. De acordo com a análise da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, que foi divulgada esta segunda-feira, em causa está uma subida de 11,5% face ao mesmo período do ano passado. As pequenas mais pequenas e com mais anos estiveram em destaque.

O número de empresas insolventes em Portugal cresceu 11,5% no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo”, lê-se na nota publicada esta manhã, que detalha que foi entre as micro e pequenas empresas que se verificou o maior número de situações de insolvências.

Por outro lado, no que diz respeito à longevidade, a COSEC indica que foi nas empresas com uma década ou mais que se registou o maior número de situações desta natureza.

“Em termos geográficos, o Porto foi o distrito que registou maior número de insolvências”, destaca ainda a nota. Na Invicta, houve um disparo de 15% das insolvências face ao período homólogo. Já em Lisboa houve uma descida de 6%, entre janeiro e março de 2023 face ao primeiro trimestre de 2022.

E no que diz respeito à distribuição por sectores, os serviços foram os mais afetados por insolvências, seguidos pela construção e pelo retalho.

“Estes dados surgem numa altura em que a economia portuguesa está a acelerar e as estimativas apontam para um crescimento acima da média do euro. Ainda a marcar o panorama económico está a inflação. No primeiro trimestre do ano, os preços no consumidor mantiveram-se elevados, pressionando assim as margens das empresas. Apesar de estar a dar sinais de alívio, as projeções sugerem uma manutenção da inflação acima do objetivo do Banco Central Europeu, que é na casa dos 2%. Neste contexto macroeconómico, muitas empresas podem não ter conseguido fazer face ao aumento dos custos”, analisam os especialistas da COSEC.

Por outro lado, houve uma diminuição de 16% dos processos de revitalização até março, face ao mesmo período do ano passado. 

Já para o conjunto do ano, o CEO da COSEC, Vassili Christidis, sublinha que as insolvências devem crescer 19% em Portugal. Em comparação, na para a zona euro é apontada uma subida de 23%. “Agora que a pandemia de Covid-19 já, oficialmente, terminou, os apoios às empresas atribuídos pelos governos terminaram ou estão a chegar ao fim, o que terá efeitos sobre a solvabilidade das empresas”, afirma o responsável.

Entre os vários país, a Alemanha deverá registar uma subida de 22% das insolvências. Já França deverá ver as insolvências de empresas disparar 41% em 2023.

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