Os primeiros três meses do ano ficaram marcados por um crescimento do número de empresas que entraram em insolvência em Portugal. De acordo com a análise da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, que foi divulgada esta segunda-feira, em causa está uma subida de 11,5% face ao mesmo período do ano passado. As pequenas mais pequenas e com mais anos estiveram em destaque.
“O número de empresas insolventes em Portugal cresceu 11,5% no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo”, lê-se na nota publicada esta manhã, que detalha que foi entre as micro e pequenas empresas que se verificou o maior número de situações de insolvências.
Por outro lado, no que diz respeito à longevidade, a COSEC indica que foi nas empresas com uma década ou mais que se registou o maior número de situações desta natureza.
“Em termos geográficos, o Porto foi o distrito que registou maior número de insolvências”, destaca ainda a nota. Na Invicta, houve um disparo de 15% das insolvências face ao período homólogo. Já em Lisboa houve uma descida de 6%, entre janeiro e março de 2023 face ao primeiro trimestre de 2022.
E no que diz respeito à distribuição por sectores, os serviços foram os mais afetados por insolvências, seguidos pela construção e pelo retalho.
“Estes dados surgem numa altura em que a economia portuguesa está a acelerar e as estimativas apontam para um crescimento acima da média do euro. Ainda a marcar o panorama económico está a inflação. No primeiro trimestre do ano, os preços no consumidor mantiveram-se elevados, pressionando assim as margens das empresas. Apesar de estar a dar sinais de alívio, as projeções sugerem uma manutenção da inflação acima do objetivo do Banco Central Europeu, que é na casa dos 2%. Neste contexto macroeconómico, muitas empresas podem não ter conseguido fazer face ao aumento dos custos”, analisam os especialistas da COSEC.
Por outro lado, houve uma diminuição de 16% dos processos de revitalização até março, face ao mesmo período do ano passado.
Já para o conjunto do ano, o CEO da COSEC, Vassili Christidis, sublinha que as insolvências devem crescer 19% em Portugal. Em comparação, na para a zona euro é apontada uma subida de 23%. “Agora que a pandemia de Covid-19 já, oficialmente, terminou, os apoios às empresas atribuídos pelos governos terminaram ou estão a chegar ao fim, o que terá efeitos sobre a solvabilidade das empresas”, afirma o responsável.
Entre os vários país, a Alemanha deverá registar uma subida de 22% das insolvências. Já França deverá ver as insolvências de empresas disparar 41% em 2023.
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