[weglot_switcher]

“Interesse público deve prevalecer”: Coordenadora da CTI adverte para complexidade do processo apesar da escolha de Alcochete

Ao JE, Maria do Rosário Partidário congratula-se com a escolha mas reconhece que é o início de um processo “extraordinariamente complexo” em que no fim deve prevalecer o “interesse público”.
16 Maio 2024, 10h02

O Governo escolheu esta terça-feira o Campo de Tiro de Alcochete como futura localização do novo aeroporto de Lisboa e Maria do Rosário Partidário, coordenadora da Comissão Técnica Independente (CTI), destacou em declarações ao JE que é muito importante que “o interesse público prevaleça” num processo que antevê como “extraordinariamente complexo”.

“É um espaço público e está mais próximo de Lisboa”: a 5 de dezembro do ano passado, a Comissão Técnica Independente (CTI), através da líder Maria do Rosário Partidário, definiu como melhor solução para receber o novo aeroporto de Lisboa a solução dual Aeroporto Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete.

Tal como ficou expresso na altura, esta opção prevê duas pistas, com a capacidade para 80 movimentos por hora e possibilidade de expansão até quatro pistas. 5.550 pessoas expostas ao ruído. Fica a 40 quilómetros de Lisboa, cerca de 40 minutos e não dispõe de ferrovia. Inicialmente, previa a construção da terceira travessia sobre o Tejo para a ligação ferroviária. Uma das vantagens apontadas na altura é que os terrenos pertencem ao Estado.

Ao JE, Maria do Rosário Partidário destaca que a CTI “congratula-se com a decisão que respeita todas as recomendações” desta Comissão e que, no entender desta responsável “reconhece a robustez dos estudos e resultados da avaliação realizada”. No entanto, a coordenadora da CTI adverte que “ainda que existam detalhes sobre os quais naturalmente não existe consenso” e “que a seu tempo ficarão devidamente esclarecidos”.

Sobre essa escolha vai no caminho certo na resolução de um problema que já se arrasta há vários anos, Maria do Rosário Partidário concorda: “Penso que sim, que a escolha vai no caminho certo”. No entanto, a coordenadora realça que “é preciso agora perceber os termos e condições que que a decisão vai ser implementada e acima de tudo como garantir que o interesse público irá prevalecer acima de tudo num processo que de si será extraordinariamente complexo”.

Com mandato da CTI concluído a 31 de março deste ano, após revelação da recomendação da localização que deveria receber o novo aeroporto de Lisboa, esta responsável acrescenta no entanto que esta Comissão “permanece disponível para os esclarecimentos necessários sobre o trabalho realizado”.

Na terça-feira, o Governo anunciou a decisão de construir um novo aeroporto internacional de Lisboa em Alcochete, acreditando que poderá estar pronto em 10 anos, e de promover investimentos para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, até ser integralmente substituído pela nova infraestrutura na margem sul do rio Tejo.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.