A intervenção de Portugal e Espanha nos preços do gás natural pode vir a ter um custo de 6.200 milhões de euros, de acordo com as estimativas divulgadas esta quinta-feira pelo jornal espanhol “El Economista”. As contas surgem dias depois do mecanismo ibérico que visa controlar o preço do gás, e por sua vez, o da eletricidade, ter sido aprovado pela Comissão Europeia
A proposta original apresentada em março, estabelecia um preço de referência para o gás de 30 euros por megawatt (MWh) para as centrais térmicas, ou seja, centrais a gás, carvão e co-gerações. No entanto, a proposta agora aprovada fixa um valor máximo em 50 euros por MWh contra o atual preço de referência no mercado de 90 euros, sendo que o preço começará nos 40 euros. Uma vez que já existe a aprovação da Comissão Europeia, a data prevista para a implementação da medida é o início de maio e deverá vigorar por 12 meses.
Ora, segundo a publicação espanhola, assumindo um preço do gás no mercado em torno dos 100 eurospor MWh, a medida pode custar cerca de 6.200 milhões de euros, o que significaria transferir para os consumidores do mercado livre cerca de 26 euros por cada MWh consumido. Em princípio, a medida afetará os ciclos combinados de gás, co-gerações e carvão, que representam cerca de 70 Terawatt-hora (TWh) de energia, explica o “El Economista”.
O acordo entre Espanha e Portugal com a Comissão Europeia já foi valorizado por algumas das principais corretoras que esperam, sim, um impacto limitado para as empresas apesar de a vice-presidente do Governo, Teresa Ribera, insistir que vai afetar os lucros das empresas.
O JP Morgan, por sua vez, assegura que “este limite de preço não deverá ter um impacto significativo nos resultados das empresas eléctricas” espanholas ou da EDP, que estão a vender a maior parte da sua energia hidroeléctrica e nuclear a preços muito abaixo do limite resultante de contratos bilaterais.
Por sua vez, a JB Capital Markets acredita que as elétricas tentarão “repassar o custo extra” para os seus clientes, argumentando acreditar “que o cenário mais provável é que os consumidores acabem por arcar com esse subsídio”.
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