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Investimento na agricultura superou os quatro mil milhões na Península Ibérica nos últimos três anos

Até maio deste ano o volume de investimento institucional no setor agrícola foi superior a 400 milhões de euros, metade de todo o montante transacionado em 2024, no mercado ibérico.
14 Julho 2025, 14h08

O investimento institucional no setor da agricultura atingiu os 4,1 mil milhões de euros na Península Ibérica entre 2022 e 2024, segundo os dados do relatório “Agribusiness Iberian Report” da CBRE divulgado esta segunda-feira.

Este documento indica que até maio deste ano o volume de investimento institucional no setor agrícola foi superior a 400 milhões de euros, metade de todo o montante transacionado em 2024, no mercado ibérico.

O capital institucional já representa cerca de metade do investimento realizado na região ibérica, englobando três perfis principais: os fundos especializados em agribusiness, que representam 25% do capital; os fundos generalistas, como private equity ou imobiliários com exposição a vários setores, que somam 14% e os family offices, que representam 10%.

Mais de 40% das transações entre 2022 e 2024 foram inferiores a 10 milhões de euros, cerca de 40% situaram-se na faixa entre 10 e 50 milhões de euros, enquanto os investimentos superiores a 50 milhões representaram aproximadamente 20% do total.

Por sua vez, as transações acima de 100 milhões de euros constituíram uma parcela menor, “evidenciando um mercado segmentado e com oportunidades para vários perfis de investidores”, indica o relatório.

Quanto ao preço de venda dos produtos agrícolas (pago ao agricultor), o azeite caiu 55% nos últimos 12 meses, enquanto as amêndoas subiram 69%. Os preços das laranjas caíram 11%, com o tomate (+25%), os morangos (+19%) e os mirtilos (+18%) a verificarem crescimentos.

Manuel Albuquerque, responsável pelo departamento de Agribusiness na CBRE no Sul da Europa (Espanha, Portugal e Itália), salienta que “a Península Ibérica alcançou em 2024 o primeiro lugar na Europa em valor de produção agrícola, o que reforça o seu posicionamento como o mercado de investimento mais institucionalizado e atrativo a nível geoestratégico”.

Por outro lado, o responsável sublinha que “ao mesmo tempo, os desafios de sucessão geracional, a necessidade de eficiência e as consequências da mudança climática estão a transformar o setor, com a rotação de ativos, alteração de culturas e aumento da dimensão das explorações”.

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