O tempo de férias é propício para balanços e reorganização, o que vale também para a vida financeira.

Equacionar formas de maior rentabilização do dinheiro é sempre pertinente, devendo o destino do aforro merecer ponderação cuidada, sem perder de vista a importância de diversificar. Mesmo no investimento por conta de outrem é muito importante a regra da diversificação do risco (é aliás um princípio geral), tanto na gestão de carteiras individuais como na gestão de patrimónios financeiros colectivos (como fundos de investimento).

O investimento imobiliário colhe preferência de aforradores mais conservadores e também de investidores com mais apetência para o risco, desde logo para diversificar risco e portefólio.

Como em qualquer investimento, o mais importante é tomar uma decisão informada e esclarecida, daí que seja essencial recolher previamente informação fidedigna e completa.

Por um lado, os imóveis são considerados activos de refúgio, porque são o tipo de investimento de eleição sobretudo em tempos de crise e incerteza económica, mas por outro lado, o aforrador comum não conhece as especificidades do mercado imobiliário (nacional ou internacional), não é sabedor dos factores de volatilidade nem domina os aspectos técnicos, legais e burocráticos. E as oportunidades de investimento podem significar demasiado esforço financeiro e até acompanhamento específico para que o retorno possa acontecer, como nos casos de arrendamento.

Neste quadro, existe uma alternativa, porventura ainda desconhecida de muitos, que permite investir em imóveis, sem ter as despesas e os transtornos de um proprietário: investir através de fundos de investimento imobiliário.

Ao adquirir unidades de participação de um fundo de investimento imobiliário, o aforrador investe em imóveis, não de forma directa, tornando-se dono dos prédios, mas de forma indirecta, tornando-se dono de uma parte (unidade de participação) do capital que o fundo de investimento (recolhe previamente junto de um conjunto de investidores e depois) gere aplicando em imóveis.

O investimento através de fundos de investimento – seja em fundos de investimento imobiliário, seja em fundos de investimento em acções ou noutro tipo de activos – é realizado através de gestores profissionais e de acordo com uma política de investimento previamente definida e inscrita nos documentos de constituição do fundo: documento com informações fundamentais destinadas aos investidores, prospecto e regulamento de gestão.

Informação e literacia financeira são cruciais na hora de tomar decisões sobre investimentos e esta pequena nota sobre os fundos de investimento é apenas um ensejo e um estímulo para cada leitor procurar informação junto de fontes credíveis, até porque o destino do dinheiro de cada um é assunto delicado e pessoalíssimo.

Rentabilizar poupanças é legítimo e, lembrando Séneca, “à pobreza faltam muitas coisas, à avareza falta tudo”.

A autora escreve de acordo com a antiga ortografia.