OI Rão considerou frutíferas as conversações com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, que se encontra em Teerão para evitar que as autoridades do país limitem as inspeções às instalações nucleares.
“O Irão e a AIEA tiveram conversações frutíferas baseadas no respeito mútuo. Os resultados serão divulgados à noite”, escreveu na rede social Twitter o embaixador do Irão na AIEA, Kazem Gharibabadi.
Rafael Grossi reuniu-se hoje com o chefe da Agência Iraniana de Energia Atómica, Akbar Salehí, e também terá um encontro com o chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Yavad Zarif.
Esta é a segunda visita de Grossi ao Irão desde que assumiu o cargo, depois de outra feita em agosto.
A deslocação ocorre num momento de alta tensão em torno do acordo nuclear de 2015, após o parlamento iraniano ter aprovado uma lei que visa restringir o acesso dos inspetores da AIEA a instalações não nucleares, incluindo instalações militares suspeitas de atividade nuclear, sob certas condições.
A lei, aprovada em dezembro, deverá entrar em vigor na terça-feira.
Permitir um acesso amplo aos inspetores internacionais é um dos compromissos do Irão no âmbito do acordo sobre o nuclear que assinou em 2015 com o grupo dos 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China – mais a Alemanha), cuja aplicação é fiscalizada pela AIEA.
A lei suscitou preocupações internacionais sobre uma possível expulsão de inspetores das Nações Unidas, tendo o diretor-geral da AIEA sugerido que os Estados-membros do organismo se deslocassem ao Irão para tentar encontrar uma solução.
Na quarta-feira, o Presidente do Irão, Hassan Rohani, declarou-se pronto a receber o diretor-geral da agência.
“A propaganda estrangeira começou dizendo que expulsaremos os inspetores da AIEA”, reagiu o Presidente na reunião semanal do seu gabinete, transmitida pela televisão.
“Não só não os expulsaremos, como o diretor da AIEA pediu para vir a Teerão e pode vir”, adiantou.
Do acordo celebrado em 2015 retiraram-se, três anos depois, os Estados Unidos da América, por decisão do então Presidente Donald Trump, que restabeleceu sanções económicas a Teerão.
Desde 2019, o Irão tem vindo a deixar de cumprir os seus compromissos no pacto.
A nova administração norte-americana, liderada pelo Presidente Joe Biden, exprimiu a vontade de regressar ao acordo, mas pede ao Irão que comece por cumpri-lo.
Teerão declara-se disposto a fazê-lo, mas exige primeiro o levantamento das sanções norte-americanas.
Na sexta-feira, Biden, no seu primeiro grande discurso de política externa, na Conferência de Segurança de Munique, afirmou a sua intenção de regressar ao acordo nuclear com o Irão, mas disse que os Estados Unidos estão preparados para responder às “atividades desestabilizadoras” de Teerão no Médio Oriente.
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