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Irão, Europa, China e Rússia vão reunir por causa do acordo nuclear

A União Europeia declarou que as partes envolvidas vão encontrar-se na próxima segunda-feira para tentarem encontrar uma posição comum que permita o regresso dos Estados Unidos ao perímetro do documento assinado em 2015.
1 Abril 2021, 20h56

Autoridades oficiais do Irão, China, Rússia, França, Alemanha e Reino Unido reunirão virtualmente na próxima sexta-feira para discutirem um possível regresso dos Estados Unidos ao acordo nuclear de 2015, disse a União Europeia em comunicado esta quinta-feira.

O governo Biden tem tentado envolver o Irão em negociações para que ambos os lados regressem ao cumprimento do acordo, segundo o qual as sanções económicas dos Estados Unidos sobre Teerão foram removidas em troca de restrições ao programa nuclear iraniano.

O antecessor do presidente Joe Biden, Donald Trump, retirou-se do acordo em 2018 e impôs as sanções, levando o Irão a violar algumas das restrições nucleares do pacto, em retaliação tanto para com os Estados Unidos, como para com a parte europeia envolvida, que, apesar das promessas, não conseguiu manter o fluxo comercial – nomeadamente no que tem a ver com o petróleo.

Os Estados Unidos e o Irão ainda não concordaram em reunir-se para retomar o acordo e estão em comunicação indiretamente por meio das nações europeias. De qualquer modo, ambas as partes já asseguraram que estão interessadas no processo de negociação.

“Os participantes discutirão a perspetiva de um possível regresso dos Estados Unidos ao JCPOA (Plano de Ação Global Conjunto, o nome do acordo nuclear) e como garantir a implementação plena e efetiva do acordo por todas as partes”, disse a União no comunicado.

Fontes diplomáticas disseram que o Reino Unido, a França e a Alemanha já haviam mantido negociações com o Irão e que havia conversas sobre uma proposta iraniana.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França disse que as potências europeias estão a trabalhar em estreita colaboração com a Rússia e a China (as outras partes do acordo) para encontrarem uma solução para o impasse e têm conversado com Teerão e Washington.

“Essas trocas são mais do que necessárias porque o Irão não aceitou participar em contatos diretos entre os outros participantes do JCPOA e os Estados Unidos, o que teria facilitado o debate”, disse a porta-voz da União, Agnes von der Muhll.

O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ned Price, disse, citado pelos jornais norte-americanos, que os Estados Unidos receberam a reunião como “um passo positivo”.

“Há semanas que deixámos claro que estamos prontos para encontrar uma forma de regressar ao cumprimento de nossos compromissos do JCPOA, de forma consistente, com o Irão também a fazer o mesmo”, disse Price, acrescentando que Washington estava disposta a conseguir esse acordo através de “uma série de etapas mútuas iniciais”.

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