O Banco Central do Iraque tem um novo plano para aumentar o valor do dinar iraquiano em relação ao dólar norte-americano. O banco divulgou um comunicado em que descreve o plano como tendo três partes distintas: reduzir a taxa de câmbio do dólar norte-americano para o dinar iraquiano para viagens ou compras pela Internet; ajudar os bancos privados a fortalecer as suas reservas em moeda estrangeira que não o dólar norte-americano; e dar a opções de venda de moedas estrangeiras que não do dólar em bancos do governo.
O comunicado especificava que o banco central aconselha especificamente a opção pelo yuan chinês, o euro, o dirham dos Emirados Árabes Unidos e o dinar jordano.
Uma crise de liquidez, baixos preços do petróleo e dificuldades económicas relacionadas com a pandemia de coronavírus – mas que estão consolidadas desde que os Estados Unidos invadiram o país em 2003, apoiados por uma (pequena) coligação – estão a impedir a recuperação. A isso acrescenta-se uma crise política que as autoridades iraquianas não dão mostras de saberem ultrapassar – e que levou os iraquianos a deixarem de contar com um governo e a terem dúvidas sobre o grau de representatividade do Parlamento.
Aumentar as exportações e reduzir o peso da dívida é a intenção do banco central iraquiano – mas a primeira dificuldade com que a economia vai deparar-se é com o facto de o produto que sustenta as exportações do Iraque, o petróleo, ser cotado em dólares.
O primeiro-ministro iraquiano Mohammed Shia al-Sudani, que assumiu o cargo em outubro, disse que quer aumentar o valor do dinar iraquiano. “Os interesses dos mais necessitados não foram levados em consideração na desvalorização da moeda iraquiana. Tendemos a não repetir isso, disse Sudani em novembro. Mas a dificuldade da resposta parecem ter obrigado o país a mudar de rumo. Para os iraquianos que recebem em dólares, a desvalorização dá-lhes mais poder de compra, mas os pagamentos em dinares perdem poder de compra.
Outros países da região do Médio Oriente têm vindo a ponderar a aposta noutras moedas que não apenas a norte-americana. A Arábia Saudita está a considerar assumir um preço em yuan para o seu petróleo; o Egipto decidiu em agosto emitir títulos de dívida denominados em yuan; e, em abril, o Banco de Israel adicionou o yuan, o dólar australiano e o dólar canadiano às suas reservas em moeda estrangeira.
O dólar norte-americano é a moeda de reserva mundial e é amplamente utilizado no Oriente Médio, inclusivamente nas emissões de títulos. No entanto, à medida que a China cresce como potência económica e se aproxima do primeiro lugar dos Estados Unidos, o yuan está a diminuir o domínio norte-americano.
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