Se é possível haver uma boa notícia no meio da guerra, a extensão do cessar-fogo por mais dois dias é com certeza uma delas. E a decisão mostra também o grau de empenhamento que as chancelarias um pouco por todo o mundo estão a assumir para impedir que a guerra continue.
A esperança de que o cessar-fogo seja decretado sem fim à vista são para já poucas, mas o certo é que todos parecem apostados em acabar com o conflito, que tem todos os ingredientes para alastrar – depois de já ter resultado numa dupla hecatombe humanitária: primeiro em 7 de outubro e depois de então para cá.
Mais um dia de cessar-fogo foi acompanhado pelos ‘tradicionais’ contra-tempos: Israel que apreciar ao detalhe a lista dos prisioneiros palestinianos a libertar e tudo parou por mais umas horas. Uma vez aprovada a lista, voltaram as trocas, com as manifestações de felicidade a terem lugar nas bermas de todas as estradas por onde as caravanas com prisioneiros e reféns foram passando.
Os militares israelitas disseram que três explosivos foram detonados perto das tropas em dois locais diferentes no norte da Faixa de Gaza, “violando o quadro da pausa operacional” e obrigando a uma resposta imediata.
Mas, segundo a imprensa israelita, as forças de defesa de Israel e os combatentes do Hamas mantiveram o fogo cruzado nesta terça-feira, já após a extensão do cessar-fogo. Mesmo assim, o cessar-fogo não foi suspenso. Os mediadores do Qatar receberam os chefes da espionagem da Mossad e da CIA numa reunião para “construir o progresso”, disse uma fonte citada pela Reuters. As autoridades norte-americanas confirmaram que o diretor da CIA, William Burns, está (ou esteve) em Doha “para reuniões sobre o conflito Israel-Hamas, incluindo discussões sobre reféns”.
“Esperamos que Israel cumpra o acordo nos próximos dois dias, porque estamos à procura de um novo acordo”, disse um elemento do Hamas, Khalil Al-Hayya, à Al Jazeera.
Seguindo a mesma linha, o ministro iraniano das Relações Exteriores do Irão, Hossein Amirabdollahian, disse que o cessar-fogo temporário na Faixa de Gaza deve tornar-se permanente. Em entrevista à Al Jazeera, Amirabdollahian disse que o regime sionista e os norte-americanos deveriam aceitar as duras consequências de um fracasso e parar os crimes de guerra.
Referindo-se ao cessar-fogo temporário no enclave de Gaza, Amirabdollahian disse que é importante que as agressões e os crimes do regime sionista parem e que haja um cessar-fogo permanente. O ministro disse que Israel não conseguiu destruir o Hamas nas últimas seis semanas, apesar da presença e do total de apoio dos Estados Unidos e dos países seus aliados. “O Hamas é uma realidade que está enraizada na Palestina. O Hamas faz parte da resistência palestiniana. Acreditamos que o povo palestiniano e a resistência decidirão o futuro de Gaza”, afirmou.
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