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Israel. Infeções em maiores de 60 anos reduziram 53% após vacina da Pfizer

Embora o ritmo de vacinação tenha diminuído nas última semanas, os resultados do processo de vacinação em Israel são notáveis. Entre os já vacinados, registou-se um decréscimo de 53% no número de casos confirmados, uma redução de 39% nos internamentos em enfermarias e uma queda de 31% nas unidades de cuidados intensivos.
10 Fevereiro 2021, 13h25

O processo de vacinação em Israel fez deste o principal estudo de caso para a Pfizer, a farmacêutica responsável pela entrega de vacinas naquele país. Embora ainda sejam poucos, os resultados são promissores. Israel começou uma campanha de vacinação a 20 de dezembro e rapidamente ganhou um ritmo invejável. Aproveitando esse ritmo e a população de mais de 9 milhões de habitantes, Netanyahu, que espera colher os frutos da vacinação na noite eleitoral de 23 de março, negociou com a Pfizer para que o país servisse de laboratório em tempo real de como se comporta a vacina.

Até dia 9 de fevereiro, cerca de 5,83 milhões de israelitas já tinha recebido, pelo menos a primeira dose da vacina (cerca de 40%), sendo que desses 2,2 milhões já estão completamente imunizados (cerca de 25%), segundo os dados do “Our World in Data”.

Entre meados de janeiro até 6 de fevereiro, os dados do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot, dava conta que, dos já vacinados, registou-se um decréscimo de 53% no número de casos confirmados, uma redução de 39% nos internamentos em enfermarias e uma queda de 31% nas unidades de cuidados intensivos (UCI)

Durante o mesmo período, entre as pessoas com menos de 60 anos que entretanto se tornaram elegíveis para serem vacinadas, registou-se uma quebra de 20% nos novos casos, porém os internamentos em enfermaria e UCI aumentaram 15% e 29%, respetivamente.

Quanto às mortes, o próprio primeiro-ministro anunciou, esta terça-feira, que 97% das mortes registadas longo do último mês foram de pessoas que não haviam sido vacinadas. “Quero dar-vos conta de um facto chocante: ao longo do último mês, 1.536 pessoas morreram [de Covid-19] em Israel. Mais de 97% delas não tinham sido vacinadas. Menos de 3% havia sido vacinada”, disse aos jornalistas.

À “Reuters”, Eran Segal, investigador e cientista do instituto, afirma que nas próximas semanas deverão chegar mais dados uma vez que se espera que o processo de vacinação em pessoas com diabete e cancro, mulheres grávidas e pessoas de uma faixa etária mais nova arranque em breve. Isto porque o ritmo de vacinação abrandou e os centros estão a operar abaixo da capacidade: o ritmo de 120 mil vacinas diárias baixou para apenas 65 mil, o que levou as autoridades a abrir a possibilidade de ser vacinado a todos os maiores de 16 anos. Isto não levou ao aumento esperado, deixando à vista uma maior relutância dos mais novos em tomar a vacina.

Isto é um problema porque para obter imunidade de grupo (estima-se que quando 70% da população estiver vacinada), Israel precisaria de vacinar todos os maiores de 16 anos, já que os restantes 30% têm menos de 16 anos e a vacina não está ainda autorizada nessas idades.

Este domingo, Israel deu inicio ao terceiro desconfinamento gradual desde o início da pandemia, com a reabertura de negócios que servem uma só pessoa (cabeleireiros ou barbeiros), restaurantes em regime de take-away, o fim da proibição de se afastar mais do que um quilómetro do domicílio ou de visitar a casa de outra pessoa. Quanto às escolas, os alunos retomarão as aulas de forma faseada de forma a evitar um aumento no número de casos tal como aconteceu na segunda vaga.

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