“Sem dúvida” que Israel se encaminha para novas eleições, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, citado por vários jornais, para comentar a aparentemente inultrapassável crise do Orçamento do Estado – que a coligação no poder não consegue fechar. Likud e a coligação Kahol Lavan – que formam a aliança entre Netanyahu e o ministro da Defesa, Benjamin Gantz (e primeiro-ministro em regime de rotatividade) – não se entendem sobre o OE e em dezembro, se não for antes, isso ditará o fim do executivo e a marcação automática de eleições.
Num sinal de que a queda do governo se aproxima, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse esta quinta-feira que as eleições estão próximas e culpou os seus parceiros de coligação pelo desentendimento. “Quando os acordos não são respeitados por parte do Kahol Lavan, não há dúvida de que estamos a caminho das eleições”, disse.
Netanyahu acusa Gantz de governar sem qualquer diálogo – o que é precisamente aquilo de que o ministro da Defesas acusa o ‘seu’ primeiro-ministro. A margem de conciliação é por isso mínima ou mesmo inexistente, como diz a maioria dos analistas.
O ambiente no seio da coligação já era mau, mas na semana passada tudo piorou quando Benjamin Gantz decidiu formar de uma equipa governamental para investigar o chamado ‘caso do submarino’ – em tudo idêntico, nomeadamente no que diz respeito à empresa construtora alemã e ao seu modo de operar, ao caso que aconteceu em Portugal e envolveu o então ministro do CDS Paulo Portas. Vários aliados de Netanyahu estão envolvidos no pagamento de subornos, como os jornais vêm noticiando a muitos meses.
“Quem viola acordos, impede nomeações e priva o Estado de um orçamento durante meses por motivos políticos e pessoais é Benjamin Netanyahu”, disse o partido de Gantz num comunicado oficial. “Não é por acaso que nas sondagens a esmagadora maioria do eleitorado acusa Netanyahu de fazer tudo para provocar eleições, o é porque é verdade”.
De acordo com uma sondagem divulgada esta quarta-feira, 44% do eleitorado culparia Netanyahu de ser responsável por novas eleições antecipadas (as quartas em dois anos), 31% culparia Netanyahu e Gantz, e 16% culparia apenas Gantz.
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