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Israel: Netanyahu propõe um governo de unidade nacional para combater o coronavírus

Israel aprova medidas extremas para impedir a propagação da doença de Covid-19 que, como em tantos outros países, está a atingir proporções alarmantes.
  • Ronen Zvulun /Reuters
12 Março 2020, 21h57

Mesmo antes de consultar os líderes da oposição, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu pediu esta quinta-feira a formação de um governo de unidade nacional para combater a disseminação do coronavírus. Na mesma conferência de imprensa em que anunciou a suspensão da atividade em escolas e universidades diante, Netanyahu lançou a proposta de um gabinete de emergência nacional que “por tempo limitado” enfrentar a crise. “Não é um momento de hesitação, juntos podemos salvar dezenas de milhares de cidadãos”, disse, citado pela comunicação social do país.

Netanyahu dirige um executivo exangue há mais de um ano, durante o qual foram convocadas três eleições legislativas sucessivas que produziram resultados inconclusivos. Nas últimas eleições, realizadas no dia 2 de março, o bloco de direita liderado pelo partido Likud, do primeiro-ministro, conquistou 58 dos 120 assentos no Knesset (Parlamento), em comparação com 64 onde se juntam as forças de centro-esquerda e árabes.

O líder da oposição, o centrista Benny Gantz, já iniciou negociações para remover Netanyahu do poder, que com 14 anos de mandatos acumulados se tornou o governante que mais serviu na história do Estado Judeu. O partido de Gantz, citado pelo jornal Haaretz , diz que o líder da oposição está a avaliar a proposta do primeiro-ministro.

Em Israel, que tem pouco mais de nove milhões de habitantes, foram registados 109 casos de pessoas infectadas com coronavírus, sem que nenhuma morte tenha sido anunciada. As medidas tomadas pelo governo de Netanyahu estão no entanto entre as mais extremas ao nível internacional.

Dezenas de milhares de israelitas estão confinados nas suas casas por terem tido contato com portadores do vírus e as fronteiras foram fechadas a todos os estrangeiros – e mesmo os israelitas e aqueles com autorização de residência devem passar por uma quarentena forçada após regressarem ao país.

A pandemia de Covid-19 também ameaça forçar a suspensão da atividade pública em Israel. O ministro da Justiça, Amir Ohana, anunciou que planeia fechar a atividade judicial se o número de casos de coronavírus continuar a crescer – o que pode salvar Netanyahu de comparecer pela primeira vez no Tribunal de Jerusalém na próxima terça-feira para ser interrogado sobre três casos de corrupção, suborno, fraude e abuso de poder.

Na vizinha Palestina, foram registrados 30 casos na Cisjordânia (de 2,5 milhões de habitantes), sob ocupação militar desde 1967, e nenhum até agora na Faixa de Gaza (dois milhões), bloqueada por Israel desde 2006. A Autoridade Palestiniana fechou o acesso de turistas ao seu território, em particular a Belém.

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