O acordo entre Governo, distribuição e produtores para a suspensão do IVA para 44 bens alimentares foi enaltecido esta quinta-feira pela presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), sendo que a líder da distribuição realçou “o ruído e a turbulência” que se atingiu, apesar de ter mantido um diálogo “aberto e transparente”.
Esta foi uma das principais ideias deixadas por Isabel Barros, presidente da APED, na abertura da APED Retail Summit que teve lugar esta quinta-feira em Lisboa, um evento que abordou as tendências e desafios para o sector do retalho na perspetiva geoeconómica, tecnologia, pessoas, liderança e sustentabilidade.
“Os efeitos económicos e sociais deste conflito estão à vista de todos. Das famílias e das empresas. A inflação é um problema global e transversal a todos os setores”, começou por realçar esta responsável.
Isabel Barros destacou que “a gravidade da situação que vivemos exige uma análise informada e factual. Pois este não é um problema deste ou daquele grupo. Ou de um determinado sector. Sabemos que é um problema sistémico que impacta, sobretudo, o consumidor”.
“Apesar de todo o ruído e turbulência que vivemos neste período mais recente, mantivemos um diálogo aberto, informado e transparente. Persistimos na procura de soluções que beneficiassem o consumidor. Com propostas de ações concretas e objetivas. O tempo deu-nos razão”, considerou esta responsável perante os parceiros.
A convicção da líder da APED é de que “apenas uma resposta transversal aos diferentes players permitirá mitigar os impactos da atual crise, cooperámos ativamente no desenho de uma ação para se fazer face ao aumento dos custos dos bens alimentares”.
Relativamente à implementação da medida de suspensão do IVA em 44 produtos, Isabel Barros mostrou-se ainda convicta de que “juntos iremos assegurar uma execução exímia desta medida e, conjuntamente com as nossas pessoas, continuaremos a trabalhar, na procura de novas soluções”.
A aplicação de uma taxa de 0% de IVA num cabaz de produtos alimentares essenciais e o reforço dos apoios à produção vão custar cerca de 600 milhões de euros.
O valor foi avançado no início desta semana pelo primeiro-ministro, António Costa, em Lisboa, na cerimónia de assinatura do pacto para a estabilização e redução de preços dos bens alimentares entre o Governo, a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) e a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).
“No conjunto destas medidas, entre apoio à produção e perda de receita fiscal fruto do IVA zero, este programa tem um custo total de cerca de 600 milhões de euros”, disse o primeiro-ministro, assinalando ser um “esforço obviamente muito grande para um programa que tem um horizonte de seis meses”.
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