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Jack Dorsey: “É importante termos mais opções na mineração da bitcoin”

O antigo CEO do Twitter (agora X), Jack Dorsey, alertou que um dos pontos de ‘falha’ da bitcoin está no facto da mineração estar concentrada em poucos players, lembrando que está dependente de duas companhias da China para toda a mineração.
1 Março 2024, 17h07

O antigo CEO do Twitter (agora X), Jack Dorsey, alertou que um dos pontos de ‘falha’ da bitcoin está no facto da mineração estar concentrada em poucos players, lembrando que está dependente de duas companhias da China para toda a mineração.

Durante o painel ‘The New Age of Censorhip’, incluído na Bitcoin Atlantis, que arrancou esta sexta-feira, no Estádio dos Barreiros, na Região Autónoma da Madeira, Jack Dorsey destacou a importância de existirem plataformas descentralizadas, como por exemplo a Nostr (protocolo para a descentralização de social media), de forma a combater eventuais tentativas de censura.

Questionado sobre formas de censura que tenha experienciado, Jack Dorsey ‘empurrou’ a pergunta para outro assunto, referindo que há algo que “não se fala muito”, e que se confrontou com esta realidade no “X”, que é o poder dos incentivos. No caso da rede social, os incentivos de ser uma companhia [transacionada] publicamente, e de necessitar de crescer o seu negócio, e também de ter um negócio que necessita de lidar com anunciantes.

Jack Dorsey defendeu que estes sistemas complexos só podem ser resolvidos com melhor tecnologia; tecnologias que removam pontos de falha e o erro humano.

O antigo CEO do Twitter disse que o “truque” da plataforma, que a tornou aquilo que é, foi ter começado “com algo simples”, mas sublinhou que foram as pessoas que a usavam que exponenciaram o seu crescimento. Jack Dorsey referiu que por exemplo o #, @, e o retweet foram criados por utilizadores e não pelos desenvolvedores do Twitter.

Jack Dorsey, durante o painel, referiu-se a Elon Musk, que detém a Tesla e o X, dizendo que o adora mas que tem uma relação complicada com ele. Contudo, salientou que Elon Musk acaba por ser um ‘ponto de falha’ da plataforma. Nesse sentido desafiou o “X” a usar ferramentas como o Nostr de modo a reduzir as suas fragilidade. Jack Dorsey sublinhou que, existindo uma interface construída em cima do Nostr, seria possível criar uma plataforma de liberdade de expressão porque “ninguém a poderia mandar abaixo”, mesmo os seus criadores.

Jack Dorsey sublinhou que “nunca encontrou uma maneira” mais eficaz de apresentar a bitcoin através de uma plataforma como o Nostr, sublinhando que, através desta, abre-se uma possibilidade de apoio aos criadores através de micropagamentos.

Neste painel esteve também Jeff Booth, da Ego Death Capital (venture capital sobre bitcoin), que sublinhou que o pensamento vigente é o de que vivemos num mercado livre, mas que isso acaba por não ser real, face a várias “externalidades”.

“Não há inflação num mercado livre. Vivemos num sistema controlado. A bitcoin dá possibilidade de sair desse sistema controlado e criar um sistema paralelo”, disse Jeff Booth.

O painel contou ainda com Alex Gladstein, da Human Rights Foundation (dedicada a países sujeitos a autoritarismo), que referiu que a bitcoin pode ser “o primeiro passo” para a liberdade de expressão. Deu como exemplo o Wikileaks, quando expôs casos de corrupção.

Alex Gladstein referiu-se também ao Nostr, ao dizer que os criadores podem agregar valor e que é uma plataforma que permite quebrar o “sistema de controlo”, acrescentando estar “optimista” relativamente à mesma.

“O interessante sobre a bitcoin e o Nostr é que se pode imaginar um mundo em que as pessoas que gostam do teu conteúdo podem pagar diretamente por ele”, disse Alex Gladstein.

Já sobre o estado atual do jornalismo, Alex Gladstein disse que existem várias formas de censura. Uma delas é o sector estar dependente da publicidade. Alex Gladstein sublinhou que se alguém não gostar do conteúdo pode tirar esse financiamento.

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