Japoneses da JPP podem avançar com proposta para comprar Inapa

A insolvência da Inapa pode dar um passo atrás. Durante a madrugada portuguesa, os japoneses da Japan Pulp & Paper (JPP) mostraram interesse em comprar a Inapa, segundo o “Negócios”.

O interesse foi manifestado durante uma videoconferência de administradores, onde estavam acionistas que representam mais de 30% do capital da distribuidora de papel.

Ainda assim, a JPP comunicou aos acionistas que precisa de tempo para concretizar a proposta. Assim, os quatro a cinco dias úteis pedidos pelos japoneses podem vir a fazer com que a administração da Inapa recue naquela que é a intenção de apresentar, ao dia de hoje, o pedido de insolvência.

De acordo com a publicação, a gestão da empresa foi informada das conversas que decorreram no continente asiático e agora tem uma decisão a fazer: avançar já para o pedido de insolvência (evitando mais perdas) ou adiá-lo para perceber quais as intenções japonesas. Também a Parpública terá sido informada das conversas.

Esta quinta-feira, 25 de julho, o conselho de administração da Inapa confirmou a renúncia de todos os membros, isto depois das dificuldades da empresa já serem conhecidas há uma semana. Na mesma comunicação à CMVM, a administração assume que a decisão “surge após repetidas tentativas infrutíferas por parte da Inapa de obter o apoio do seu principal acionista, a Parpública [Estado], para diversas soluções alternativas de reforço de capital, apesar do apoio de outros stakeholders”.

Ao regulador, os administradores explicam que estão desde o início de 2020 a apresentar junto da Parpública “diversas alternativas de capitalização, envolvendo sempre outros acionistas de referência” e que “após três anos de apresentação de diversas propostas alternativas devidamente fundamentadas, não foi possível avançar com qualquer solução por indisponibilidade da Parpública, comunicada à Inapa em janeiro de 2023”.

Lembrar que a forte probabilidade de insolvência foi anunciada depois de um grande problema de tesouraria na subsidiária alemã, que deixou uma dívida de 12 milhões de euros.