Mário Centeno: “A educação é um investimento que abre portas para um futuro mais próspero e mais inclusivo”

O Governador do Banco de Portugal afirmou esta terça-feira que “a educação é um investimento que abre portas para um futuro mais próspero e mais inclusivo”. Na cerimónia de entrega de prémios aos melhores alunos da licenciatura em Economia no ano letivo 2023/2024, Mário Centeno salientou que os salários pagos nos sectores que pagam acima do salário médio duplicaram entre 2015 e 2024 e o emprego cresceu 53% nesses sectores.

“São número extraordinário que se devem ao aumento das qualificações em Portugal”, salientou, lembrando que nos últimos oito anos, a população ativa com formação superior tem vindo a crescer na casa dos setenta mil ao ano, o que é um trunfo inestimável para um país que compete no mercado global.

Falando para a dezena de jovens agraciados com o Prémio Professor Jacinto Nunes, no Museu do Dinheiro, onde decorreu a entrega dos prémios, Mário Centeno começou por referir que em 1970, cerca de 26% dos portugueses com dez ou mais anos (um em cada quatro) era analfabeto e que os adultos na idade ativa com Ensino Superior não ultrapassavam 1%. “Hoje, um em cada cinco pessoas com mais de 25 anos têm formação universitária”, adiantou.

O contraste entre o passado e o presente não pode ser maior, acrescentou: “O número de pessoas entre os 25 e os 34 anos com Ensino Superior passou de um em cada 100 em 1960 para 38 em 2021, de acordo com os últimos Censos”.

Outro dado impactante, mas real, é o do número de jovens entre os 20 e os 24 anos que concluem o ensino secundário: 87% em 2023, contra apenas 43% no ano 2000. “Portugal – salientou Mário Centeno – passou do último lugar dos países europeus da OCDE para primeiro – este progresso reflete de forma inequívoca o impacto das políticas públicas e a determinação das famílias”, que vem na educação um futuro mais promissor para os seus filhos.

Isaac Laschewitz Cicatto, de 22 anos, distinguiu-se na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra com a melhor nota da licenciatura em Economia no ano letivo de 2023/2024. No Museu do Dinheiro, o agora estudante de mestrado na Bocconi University, em Milão, brasileiro, natural do estado de Santa Catarina, no Brasil, ouviu com atenção as palavras de Mário Centeno. Ao Jornal Económico diz que o “números dão que pensar” e aponta o Portugal como “um exemplo para o Sul global”.

Maria Figueira Verdelho Barreto Xavier foi no ano passado a melhor aluna de Economia da Catolica Lisbon – School of Business and Economics. A recém-licenciada, que chegou a equacionar estudar Medicina e descobriu na Economia a sua grande paixão, também bebeu os dados apresentados por Mário Centeno, comentando, no final, ao JE: “Há 15 anos uma grande parte da sala de aula do ensino no secundário não estaria lá!… Sim, Portugal fez um avanço extraordinário na educação”.

O Prémio Professor Jacinto Nunes homenageia um dos mais ilustres economistas portugueses do século XX, um homem com H grande que serviu Portugal com sabedoria e dignidade durante o Estado Novo e no pós 25 de Abril, tendo sido, entre outras coisas, Governador do Banco de Portugal e também vice-governador, ministro das Finanças, vice-primeiro-ministro, responsável por negociar o Plano Marshall e a adesão de Portugal ao FMI.

A cerimónia contou com a presença do governador Mário Centeno, dos vice-governadores Luís Máximo dos Santos e Clara Raposo e dos administradores Helena Adegas, Rui Pinto e Francisca Guedes de Oliveira. Para o Prémio Professor Jacinto Nunes são selecionadas as instituições de Ensino Superior cuja nota do último colocado, nas duas primeiras fases de acesso ao ensino superior, tenha sido igual ou superior a 140 pontos. Com este prémio, no valor de 3 000 euros, o Banco de Portugal pretende contribuir para o reconhecimento do mérito numa área de estudos central para a missão que prossegue.

Nas suas últimas palavras esta terça-feira, Mário Centeno, saudou o “sucesso académico” dos dez melhores alunos de Economia de Portugal no ano passado e o seu “compromisso com o estudo da Economia”, bem como as instituições onde estudaram –  que continuem “a busca pelo conhecimento e pela inovação”.