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PSI arrastado por ‘maré vermelha’ e mercados a reagir às atas da reunião da Fed

Em destaque esteve a Jerónimo Martins que, apesar de ter fechado a negociação a ganhar 3,50% (26,00 euros), não conseguiu contrabalançar o peso do sector energético, que foi decisivo para o resultado negativo do PSI.
6 Julho 2023, 07h30

A bolsa de Lisboa terminou a sessão desta quarta-feira em terreno negativo, num dia de perdas nas praças europeias.

Em destaque esteve a Jerónimo Martins que, apesar de ter fechado a negociação a ganhar 3,50% (26,00 euros), não conseguiu contrabalançar o peso do sector energético, que foi decisivo para o resultado negativo do PSI.

A EDP Renováveis terminou a negociação a perder 2,94% para 17,85 euros, seguida da Greenvolt, que recuava 2,60% para 6,00 euros aquando do fecho da sessão.

Ainda na energia, a Galp e a EDP terminaram o dia a desvalorizar 0,63% para 11,04 euros e 0,60% para 4,46 euros, pela mesma ordem.

Os mercados europeus negociaram, na generalidade, no ‘vermelho’: o britânico FTSE encerrou a sessão a cair 1,03% para 7.442,10 pontos, o francês CAC a recuar 0,80% para 7.310,81 pontos e o alemão DAX a perder 0,63% para 15.937,58 pontos.

“A revelação de que a atividade nos serviços da China e na Zona Euro teve uma travagem mais brusca que o previsto no ritmo de expansão em junho parece gerar preocupações com o desempenho económico do 2.º trimestre. A região da moeda única enfrenta contração da atividade industrial e a leitura terciária de hoje trouxe o indicador global para território de contração pela primeira vez este ano, vendo o Citi cortar as projeções de crescimento do PIB para 2023”, é possível ler na análise diária de Ramiro Loureiro, analista de mercados do Millennium investiment banking.

O mercado esteve atento ao oitavo seminário internacional da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que Viena acolheu ontem, quarta-feira. A Arábia Saudita e a Rússia, os dois maiores exportadores mundiais de petróleo, garantiram que vão manter a sua parceria nos mercados.

O ministro da Energia saudita, Abdulaziz bin Salman, disse mesmo que os dois países vão “fazer o que for preciso” para manter os preços nos mercados à medida das necessidades dos dois países. A organização, responsável por 40% do petróleo mundial, tem vindo a cortar a produção de petróleo desde novembro com vista a subir os preços, para aumentar as receitas nos seus cofres.

Os mercados também reagiram à divulgação, esta quarta-feira, das atas da última reunião da Reserva Federal norte-americana (Fed). Já se sabia que a Fed perspetiva mais subidas de juro ainda durante este ano, um sinal já dado pelo presidente Jerome Powell, mas o que as atas divulgadas esta quarta-feira deixam perceber é que vários membros argumentaram contra a decisão de manter as taxas de referência inalteradas em junho.

O consenso acabou por ser unânime, mas as atas mostram uma parte dos membros da Fed inclinados para mais 25 pontos base (p.b.) na última reunião face a uma inflação ainda acima de 2% e um mercado laboral muito rígido. Por outro lado, também apontam para uma discussão rica entre os membros mais agressivos do painel de política monetária – normalmente apelidados de ‘falcões’ – e os mais conservadores – referidos como ‘pombas’ – sobre a possibilidade de subir taxas pela décima primeira vez consecutiva.

“Os participantes [da reunião] favoráveis a uma subida de 25 pb sublinharam que o mercado laboral continuava muito rígido, o ímpeto da atividade económica era maior do que esperado e os sinais de que a inflação estava a caminho do objetivo de 2% eram ainda escassos”, lê-se no documento.

Horas após a divulgação das atas, o S&P 500 estava a perder 0,1%, enquanto o Dow Jones Industrial Average caía cerca de 0,3%, ou quase 100 pontos. O Nasdaq Composite também estava a ceder 0,1%.

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