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Yields de títulos de dívida caem com receios do mercado de guerra comercial

A volatilidade e incerteza criadas pela política comercial norte-americana levaram os investidores a procurar a segurança do mercado de dívida, empurrando as yields para baixo. Títulos a 10 anos dos EUA tocaram mínimos de outubro e registaram maior queda em dois dias desde agosto.
dívida obrigações
7 Abril 2025, 07h00

Trump avançou com o seu ‘Dia da Libertação’ e, no rescaldo, os índices globais colapsaram, incluindo os norte-americanos, os medos de recessão cresceram ainda mais, tanto nos EUA, como globalmente, e a incerteza mantém-se, com os investidores à procura de indícios de acordos comerciais que evitem uma guerra comercial em pleno. Como seria de esperar, o mercado procurou refúgio dos títulos de dívida, que tocaram mínimos de seis meses no caso norte-americano.

Os títulos do Tesouro dos EUA a 10 anos chegaram a tocar os 3,9%, registando a maior queda diária desde agosto e tocando mínimos de outubro depois do anúncio do presidente norte-americano de tarifas acima do esperado para mais de 100 países e a subsequente desvalorização nas bolsas. O S&P500 perdeu quase 6% na sexta-feira, o que eleva as perdas desde quarta-feira para a casa dos 10%, o equivalente a cinco biliões de dólares (4,6 biliões de euros) de valor de mercado erodido.

As obrigações norte-americanas negociavam na casa dos 4,2% antes da conferência de imprensa na Casa Branca, tendo caído imediatamente na sua sequência para 4%, para onde recuperaram no final de sexta-feira.

Em momentos de stress de mercado, os investidores procuram a segurança dada pelos títulos obrigacionistas em detrimento das ações, tipicamente com mais risco associado. Com o aumento da procura, o preço dos títulos cresce, mas as yields recuam.

Também na Europa os títulos de dívida registaram a mesma tendência. Os Bunds alemães a 10 anos negociavam em torno de 2,7% na quarta-feira, antes de Trump anunciar tarifas de 20% sobre os bens provenientes da UE e confirmar 25% para todos os carros importados e componentes, tendo caído abaixo de 2,5% na sexta-feira.

O Reino Unido viu igual tendência, com os títulos a 10 anos a recuarem de 4,6% na quarta-feira para 4,4% durante a sessão de sexta-feira.

Além das mexidas nos mercados obrigacionistas, a volatilidade também disparou (como seria de esperar) com a desvalorização nas ações. O índice de volatilidade VIX tocou máximos de cinco anos na sexta-feira, sublinhando a ansiedade dos investidores nesta altura, chegando aos 45 pontos.

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