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Parlamento inicia debate na especialidade do OE com avisos ao equilíbrio das contas

A discussão do OE 2025 continua e, esta segunda-feira, inicia-se o debate na especialidade. Em foco estarão estará o equilíbrio das contas sublinhado pelo Governo, a par da “folga orçamental” que destacou a oposição.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro (D) e o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos (E), momentos antes de um encontro no âmbito das negociações do Orçamento do Estado para 2025, na residência Oficial de S. Bento, em Lisboa, 3 de outubro de 2024. MIGUEL A. LOPES/LUSA
4 Novembro 2024, 07h30

O Parlamento inicia esta segunda-feira a discussão em especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), cujas votações finais estão agendadas para os dias 22 a 29 de novembro. Um dos focos será o “desvirtuar” ou não do documento, após a aprovação na generalidade.

A proposta apresentada pelo Governo foi viabilizada pelo PS esta quinta-feira, na generalidade, depois de Pedro Nuno Santos ter sinalizado a abstenção. O documento recebeu ainda os votos favoráveis das bancadas parlamentares de PSD e CDS-PP. Chega, IL, BE, PCP, Livre e PAN votaram contra.

O Governo já fez saber que espera que as medidas que forem aprovadas na especialidade “não desequilibrem” o excedente orçamental. Em causa está um valor na ordem de 850 milhões de euros, de acordo com as palavras do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, referiu na quarta-feira que o Governo tinha “outra ambição”, mas reconheceu que foi necessária uma aproximação ao maior partido da oposição. Perante a ausência de uma maioria na Assembleia da República, “é necessário fazer um esforço para gerar essa condição”, de forma a ver o OE2025 aprovado, lembrou.

O chefe de Governo disse que o debate deve dispor da “vivacidade democrática que é suposto”, no entanto, “não a ponto de desvirtuar aquilo que é a essência deste orçamento”, sublinhou.

Mais tarde, já na quinta-feira, após a votação na generalidade, Montenegro sublinhou a importância de a discussão na generalidade ser feita “com maturidade democrática” e “sentido de responsabilidade.” Em declarações aos jornalistas, reiterou, como pontos chave do documento, a “redução de impostos”, a par de ser “uma alavanca no investimento público”, além de reforçar a importância de “não se perder a oportunidade” de executar os fundos do PRR, que chegam da União Europeia.

O ministro da Defesa, por seu turno, alertou para “uma espécie de conluio das oposições”, que permitiria “virar o Orçamento do avesso ou tirar lhe medidas essenciais para a confiança e o crescimento”, mediante aquilo que faz parte do documento. Nuno Melo esclareceu que “o governo cedeu bastante para termos uma perspetiva de estabilidade”, nas declarações que fez no encerramento do debate na generalidade.

Pedro Nuno Santos, secretário-geral dos socialistas, sublinhou que “este não é nem nunca foi o orçamento do PS”, apesar das aproximações efetuadas pelo Governo. Ainda assim, garantiu, à saída da votação, que o partido terá uma “postura responsável na especialidade” e fez saber que com o primeiro-ministro, quando o mesmo disse que “há vida para lá do excedente.”

Margem orçamental e pensões continuam sob os holofotes
Os sucessivos excedentes orçamentais podem permitir uma “folga orçamental”, como têm sublinhado os partidos da oposição. Para tal contribuiu a própria negociação da proposta para o Orçamento do Estado para 2025, em que a medida do IRS Jovem, cuja despesa fiscal estimada estava nos 100 milhões de euros e recuou para 525 milhões. Em causa está uma redução de 475 milhões, que poderá ser alocada noutro âmbito.
De acordo com o ministro das Finanças, o excedente que está previsto na proposta, fixado em 0,3% do PIB, “cerca de 850 milhões de euros”, corresponde a um “compromisso com a Comissão Europeia”. Neste sentido, será importante segurá-lo, a bem da “credibilidade” aos olhos das instituições, apontou o governante.
Em simultâneo, o Governo continua a fazer tabu do tema de um eventual aumento extraordinário das pensões no próximo ano, mesmo quando questionado pela oposição sobre se já está nos planos um ou mais destinos para o valor citado.
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