Desconhecemos se Jeff Wall e Jacques Rancière alguma vez se cruzaram ou se conhecem o trabalho um do outro. Pouco importa. É uma frase de Rancière, filósofo e professor emérito na Universidade Paris VIII, que ecoa quando vemos as fotografias de Wall. “A realização do destino da arte é produzir não apenas obras para contemplar, mas formas concretas da vida comum”.
Desconhecemos também se o fotógrafo canadiano – um dos mais influentes artistas visuais das últimas décadas – se revê neste pensamento fixado em “As Viagens da Arte”. Mais uma vez, pouco importa. O regozijo está na profusão de sinapses que a sua cinematografia nos suscita.
A expressão é de Jeff Wall, porque as suas imagens não são “instantâneos”, mas sim um ato previamente pensado, planeado e posteriormente executado.
Uma mise en scène, portanto. Mas uma encenação de quê? Da vida comum, de um fragmento da vida comum. De um fotograma, para brincarmos com a ideia de cinema, que lhe é cara. “A ‘produtividade’ do meu trabalho tem-se centrado na encenação e na composição pictórica – aquilo a que chamo ‘cinematografia’. É isso, espero eu, que torna evidente que o tema foi subjetivizado”, explica Wall. Mas, entretanto, já o pensamento voa em torno do título da exposição. Porquê Time Stands Still? “Ocorreu-me um dia. É um velho cliché”, diz ao JE, com um sorriso muito discreto nos olhos.
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