O banco de investimento norte-americano, Jefferies, reviu em alta o price-target das ações da EDP, em 3% para 3.30 euros, no dia em que a empresa portuguesa apresentou os resultados do primeiro trimestre e que foi esta sexta-feira, dia 9. A recomendação da casa de investimento é “hold”, para as ações da EDP.
O EBITDA do 1º trimestre foi de 1,4 mil milhões de euros, refletindo um aumento de 6% face ao ano anterior e 5% acima do consenso. O resultado líquido foi de 0,4 mil milhões de euros, 15% acima do consenso, destaca o Jefferies.
“Nas divisões operacionais, destacamos um trimestre forte na Hydro+ na Península Ibérica (EBITDA +33% num ano), que foi parcialmente compensado pelos fracos resultados nas redes brasileiras, impulsionados pelo ganho de rotação de ativos relativo à alienação das linhas de transmissão no 1º trimestre de 2024 e mais ganhos cambiais”, referem os analistas do banco.
“A dívida líquida atingiu 16,1 mil milhões de euros, +4% face ao trimestre anterior, atingindo um rácio dívida líquida/EBITDA de 3,6x. A empresa forneceu uma projeção para o ano fiscal de 2025 com um EBITDA de 4,8 mil milhões de euros e um lucro líquido de 1,2 mil milhões de euros, o que consideramos estar em linha com o consenso da empresa. No geral, um pequeno ponto positivo, no entanto, continuamos cautelosos quanto ao balanço”, concluem os analistas do Jefferies.
“Os lucros do grupo, que cresceram 23,3% face ao período homólogo para 439 milhões de euros e superaram as estimativas dos analistas em mais de 7%, com a sua métrica EPS (lucro por ação) a registar um crescimento homólogo de 31% para 0,10 dólares/ação (estimativa era de 0,08 dólares/ação), efeito de uma redução do número de ações em circulação devido ao programa de recompra de ações que a empresa tem em vigor”, destacou por sua vez outro banco de investimento, desta vez o BCP que acrescenta que “no top line, a empresa registou um crescimento de 8,7% para 4,09 mil milhões, com a rubrica a ficar 3% abaixo da projeção de 4,23 mil milhões de dólares”.
Voltando ao Jefferies, o banco dá à EDP Renováveis um preço-alvo de 8,70 euros, subindo 8%. A recomendação é também de “manter”.
A EDPR apresentou contas um dia antes da sua acionista e a análise do Jefferies surge após a divulgação dos resultados.
O Jefferies escreve na sua nota que a EDPR reportou um EBITDA de 0,5 mil milhões de euros no 1º trimestre, o que traduz um aumento de 4,7% face ao ano anterior e em linha com consenso.
O resultado líquido foi de 52 milhões de euros, ou seja, houve uma queda de 24% face ao ano anterior e ficou 10% abaixo das expectativas, principalmente devido a um efeito não recorrente na linha de depreciação acelerada ligada a um projeto eólico nos EUA.
Operacionalmente, o desempenho foi sólido na América do Norte (EBITDA +24% num ano), impulsionado por um aumento de 20% na geração de energia.
No entanto, tal foi compensado pelos fracos resultados na Europa (EBITDA -26% num ano), refletindo uma menor produção (queda de 12% anual) e a ausência de mais-valias registadas no ano anterior.
A dívida líquida aumentou para 8,9 mil milhões de euros, um aumento de 0,6 mil milhões de euros em relação ao ano fiscal de 2024, elevando o rácio dívida líquida/EBITDA para 5,7x. “Continuamos cautelosos em relação ao balanço da EDPR, onde as rotações de ativos no segundo semestre de 2025 serão essenciais para reduzir a elevada alavancagem”, diz o banco Jefferies.
A EDP Renováveis reportou que o EBITDA aumentou 5% para os 476 milhões, não incluindo ganhos de rotação de ativos no período (o que compara com 58 milhões de ganhos de rotação de ativos no primeiro trimestre de 2024) e o EBIT contraiu 7% para os 241 milhões.
A venda de eletricidade aumentou 5%, com um crescimento de 10% na produção e uma contração de 5% no preço médio de venda.
Dos 2 gigawatts de capacidade planeados para serem comissionados em 2025, todos em construção, 80% situam-se na Europa e nos EUA. 70% estão planeados para serem comissionados no 4.º trimestre de 2025.
Outras casas de investimento reavaliaram o price-target na sequência dos resultados do primeiro trimestre. O italiano Mediobanca desceu o preço-alvo de 10 euros para 9,50 euros por ação e manteve recomendação neutral.
Ao contrário 0 Goldman Sachs elevou avaliação de 10,75 euros para 11 euros por ação e manteve recomendação de compra. O preço-alvo médio atribuído pelos analistas é de 11,37 euros por ação (dados Bloomberg).
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