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Jerónimo acusa Rio de querer “ressuscitar contrarreforma” de Passos e Portas de corte nas pensões

No almoço da CDU Comemorativo do 45.º Aniversário do 25 de Abril em São João da Talha, Loures (Lisboa), Jerónimo de Sousa classificou de “gasto e falacioso” o discurso das reformas estruturais, seja no sistema eleitoral, justiça ou segurança social.
  • Cristina Bernardo
14 Abril 2019, 17h35

O secretário-geral do PCP acusou hoje Rui Rio de querer “ressuscitar a contrarreforma de Passos e Portas de corte a eito nas pensões” e defendeu que a solução para a segurança social passa por “empregos e salários valorizados”.

No almoço da CDU Comemorativo do 45.º Aniversário do 25 de Abril em São João da Talha, Loures (Lisboa), Jerónimo de Sousa classificou de “gasto e falacioso” o discurso das reformas estruturais, seja no sistema eleitoral, justiça ou segurança social.

“Isso está bem patente nos ataque promovidos pela nova liderança do PSD à independência do poder judicial, à autonomia do Ministério Público, nos reiterados apelos a consenso para acordos de regime com o PS para alterar as leis eleitorais (…), mas também nas suas propostas de reforma do Estado e segurança social, ressuscitando a derrotada contrarreforma de Passos e Portas de corte a eito nas pensões e reformas e nas prestações sociais”, acusou.

O líder comunista enquadrou nesta “contrarreforma” o estudo sobre pensões encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, publicado por diversos órgãos de comunicação social, e apresentado na sexta-feira, no qual se propõe o aumento da idade da reforma para os 69 anos em 2025, a fim de o sistema ser sustentável.

“No fim, tiram da cartola a solução de privatização com plafonamento das contribuições à medida dos interesses do capital financeiro. É isto que eles querem, o que pensam que eles queriam quando ‘salamizaram’ o subsídio de Natal? Era precisamente para mais à frente acabarem com esse subsídio”, acusou, referindo-se ao pagamento em duodécimos daquela prestação.

Dizendo que gostaria de ver os defensores e financiadores deste estudo a trabalhar até aos 69 anos numa “fábrica têxtil ou de metalúrgicos”, Jerónimo de Sousa apontou um outro caminho.

“Há soluções para garantir a sustentabilidade da Segurança Social: ela assegura-se com uma política económica promotora de emprego e salários valorizados, assegura-se com o reforço financeiro do sistema providencial, completando o atual sistema de calculo de contribuições”, defendeu.

“Há 20 anos a esta parte que não havia tanta receita da Segurança Social resultante desta nova fase da vida nacional, que permitiu melhorar salários, descontos para Segurança Social. É por aqui que temos de ir e não obrigar os trabalhadores a trabalhar até ao fim da sua vida”, acrescentou.

 

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