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Jerónimo de Sousa diz que existem “todas as condições” para que o dinheiro de Bruxelas seja “bem aplicado”

O secretário-geral do PCP diz que o partido não irá “levantar a dificuldade pela dificuldade”, comprometendo-se com a apresentação de propostas concretas.
  • Jerónimo de Sousa
21 Setembro 2020, 14h25

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, mostrou-se disponível para uma contribuição para o Plano de Recuperação e Resiliência, salientando que apesar das “omissões” a problemas concretos que encontra no esboço do Governo, existe espaço para a convergência em áreas fundamentais.

“É agora nesta fase inicial, que com o conhecimento dos conteúdos e com a elaboração dessas propostas que vamos colocar, procurar soluções. Não vamos levantar a dificuldade pela dificuldade”, afirmou o secretário-geral do PCP, esta segunda-feira à saída do encontro com o primeiro-ministro no Palácio de São Bento, onde os partidos estão a ser recebidos para debater o Plano de Recuperação e Resiliência, em declarações transmitidas pela RTP3.

Para Jerónimo de Sousa, “existem todas as condições para que o dinheiro seja bem aplicado, para que as verbas sejam bem aplicadas a partir da situação que vivemos”. O Governo irá entregar à Comissão Europeia o primeiro esboço do Plano de Recuperação a 15 de outubro, mas antes irá debater o tema no Parlamento, esta semana.

“Estamos empenhados em dar a nossa contribuição com propostas concretas. Existem divergências, particularmente logo a primeira ideia em relação à omissão de quanto à questão da valorização do trabalho e dos trabalhadores. Procurámos com as nossas propostas dar uma contribuição para que este Plano de Recuperação e Resiliência, tendo em conta esta disponibilidade dos fundos comunitários é a altura de procurar através da defesa do interessa nacional, que esses fundos venham e sejam aplicados na resposta aos problemas desta conjuntura, mas simultaneamente dar resposta a problemas que têm sido adiados e agravados particularmente no plano económico, da produção nacional, dos instrumentos para que o nosso país encontre as respostas necessárias”, disse.

Assinalou entre as principais fragilidades, o que considera ser, a falta de profissionais na saúde, na segurança social, na justiça, nas forças de segurança, nas escolas, “em que é necessário esse reforço de emprego público para dar resposta aos problemas que aí estão”.

“É um momento para potenciar a nossa economia e os comandos estratégicos, de empresas estratégicas que tanta falta fazem ao país devido à sua privatização. Tempo de retomar o controlo público de muitas dessas empresas estratégicas que foram entregues”, vincou.

Apesar de admitir que existe diferença de opinião em diversas áreas, sublinhou que “não existe uma divergência insanável”, sublinhando que “a posição do PCP é a que melhor serve o interesse nacional”.

Depois da Iniciativa Liberal, do PEV e do PCP, o Governo reunirá nesta segunda-feira com o PAN, Chega, CDS, Bloco de Esquerda e PSD, seguindo-se na terça-feira a discussão do documento no Conselho Económico e Social e na quarta-feira um debate parlamentar que contará com a presença de António Costa.

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